Uma das primeiras dez causas de morte, especialmente em África, durante a próxima década será a tuberculose. Doença facilmente curável que mata cinco mil por dia
Uma das primeiras dez causas de morte, especialmente em África, durante a próxima década será a tuberculose. Doença facilmente curável que mata cinco mil por diaJorge Sampaio, enviado especial do secretário-geral das Nações Unidas na luta contra a tuberculose (TBC), lança o alarme: Estamos diante de uma emergência. Os números não deixam dúvidas. O ex-presidente da República portuguesa analisa o problema num relatório detalhado, onde sublinha que a principal causa de difusão desta doença é a falta de programa de prevenção e tratamento.
Sem financiamentos dos governos estamos perante uma grave ameaça sanitária global. Os novos casos aumentam de ano para ano e surgem formas novas resistentes aos medicamentos. Em nove milhões de casos novos cada ano, 400 mil são de tipo muito contagioso e resistente aos fármacos, recorda Jorge Sampaio. a maior difusão situa-se nos países da ex-União Soviética, na índia e China. Os casos resistentes ao tratamento derivam, em geral, de tratamentos incompletos ou interrompidos. Estas formas perigosas representam uma grave ameaça sanitária global e exigem medidas de prevenção e tratamento.
Torna-se urgente considerar a luta contra a TBC como prioritária nas agendas mundiais: Os países ricos – afirma Jorge Sampaio – descuidaram durante décadas a doença. O plano global da luta contra a TBC 2006-2015 aponta para a necessidade de um financiamento de 900 milhões de dólares por ano para novas terapias e para distribuir medicamentos e vacinas.
Por outro lado é necessário combater, ao mesmo tempo, a TBC e a sida. Em certas regiões de África abaixo do Sara, mais de 77 por cento dos doentes de TBC sofrem também de sida. Cinquenta e sete países, na sua maioria de África e Ásia, – recorda Jorge Sampaio – enfrentam uma grave crise no sector do pessoal sanitário. a Organização Mundial de Saúde calcula que são precisos mais de quatro milhões de agentes para preencher este vazio. a mensagem é clara: Não podemos aceitar novos adiamentos. Devemos agir depressa, fazer mais e melhor. as emergências – avisa o enviado das Nações Unidas – não esperam.