Oumar sonhava com as Canárias. Para as alcançar, enfrentou uma viagem de 12 dias, no alto mar. Queria ganhar dinheiro para sustentar a sua família.
Oumar sonhava com as Canárias. Para as alcançar, enfrentou uma viagem de 12 dias, no alto mar. Queria ganhar dinheiro para sustentar a sua família. Oumar Farougou Diallo, guineense de 17 anos, é um dos emigrantes clandestinos apanhados pelas autoridades espanholas, a 18 de agosto.
Como muitos, esperava alcançar o “sonho das Canárias”, explica o Jeuneafrique.com. Para conseguir o dinheiro para a viagem, a sua mãe teve de vender as vacas que possuí­a. Eram o único meio de sustento da família.
O desejo deste jovem era fugir da miséria em que vivia na Guiné-Cronaky. Em média, a população ganha menos de um euro por dia. O seu pai morreu na guerra da Libéria. Ele era, agora, a única esperança da sua família.
a travessia do mar revelou-se complicada. Oumar diz que “prefere morrer a voltar um dia para o mar”. Explica que, ao fim de três dias, já não havia arroz e a água tinha petróleo.
“Tínhamos que estar quietos e tentar dormir apesar do sol, dos mosquitos e da água salgada que nos faziam arder os olhos e a boca”, lembra ele, de acordo com a mesma fonte. Chegaram mesmo a perder-se no oceano. Viu um dos seus companheiros de viagem morrer afogado.
Oumar encontra-se no centro La Esperanza, com outros jovens, onde aprende a língua espanhola. Gostaria de ser mecânico ou electricista. Está triste, pois informaram-no que é muito difícil arranjar trabalho sem papéis.