as iniciativas filantrópicas de annan foram recordadas durante uma cerimónia na sede das Nações Unidas. O atual secretário-geral da ONU realçou que o antigo líder da organização foi «uma voz verdadeira para os sem voz»
as iniciativas filantrópicas de annan foram recordadas durante uma cerimónia na sede das Nações Unidas. O atual secretário-geral da ONU realçou que o antigo líder da organização foi «uma voz verdadeira para os sem voz»Kofi annan, sétimo secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU), falecido sábado, 18 de agosto, foi homenageado numa cerimónia na sede da ONU, em Nova Iorque (Estados Unidos da américa), na última quarta-feira, 22. a ocasião foi aproveitada para abrir um livro de condolências para funcionários e visitantes da organização.
Durante a cerimónia, os participantes fizeram um minuto de silêncio, e antónio Guterres, atual secretário-geral da ONU, acompanhado por Martha Pobee, embaixadora do Gana, país onde Kofi annan nasceu há 80 anos, deixou uma coroa de flores à entrada do edifício em Nova Iorque. Segundo os serviços de comunicação da ONU, Guterres aproveitou a sua intervenção para salientar que entre as maiores qualidades do antigo dirigente das Nações Unidas estavam a sua humanidade e solidariedade para com as pessoas mais desfavorecidas. O português frisou que annan colocou as pessoas no centro do trabalho das Nações Unidas e foi capaz de transformar a compaixão em ação em todo o sistema da ONU.

O responsável afirmou que o trabalho do ex-líder da ONU ainda continua a perpetuar e a produzir resultados positivos, de que são exemplo os Objetivos de Desenvolvimento do Milénio (ODM), traçados quando annan reuniu presidentes de 189 países, e se estabeleceram metas que visavam, entre outros objetivos, a superação da pobreza e da mortalidade infantil. O atual dirigente da ONU enalteceu também a resposta dada por Kofi annan à epidemia de HIV/Sida ao reunir governos, organizações não-governamentais e o setor de saúde numa iniciativa que salvou muitas vidas.
Guterres lembrou que annan teve de lidar com erros graves perpetrados pela ONU, na década 90, perante o genocídio de Ruanda e os assassinatos de Srebrenica, na Bósnia-Herzegovina. O português mencionou relatórios solicitados por annan para garantir que tais erros nunca mais se repetiriam, o que colocou a comunidade internacional num novo rumo na sua resposta às atrocidades em massa.
antónio Guterres enfatizou que Kofi annan foi uma voz verdadeira para os sem voz, que não deixou de lado problemáticas mais desafiadoras e que trabalhou em prol da igualdade e na proteção das pessoas mais vulneráveis de forma criativa. O atual secretário-geral da ONU fez ainda questão de lembrar que a humildade, bom humor, cortesia e charme de annan estavam de “braços dados” com uma grande sabedoria e força.
O responsável recordou ainda o que Kofi annan disse que devia ser feito para melhor honrar o seu legado, durante a cerimónia em que recebeu o Prémio Nobel da Paz: Garantir uma melhoria real e duradoura na vida de homens e mulheres é a medida de tudo o que fazemos nas Nações Unidas. Para o atual secretário-geral da ONU, nestes tempos de crescentes divisões políticas e conflitos intratáveis o espírito pacificador de Kofi annan é mais necessário do que nunca.