Bispo da diocese brasileira do Bonfim, no estado da Bahia, aposta numa forte ação pastoral junto dos jovens e das famílias para tentar travar o avanço das seitas e fazer despertar novas vocações

Bispo da diocese brasileira do Bonfim, no estado da Bahia, aposta numa forte ação pastoral junto dos jovens e das famílias para tentar travar o avanço das seitas e fazer despertar novas vocações
Quando chegou à diocese do Bonfim, no estado brasileiro da Bahia, o bispo Francisco Canindé Pallano, 68 anos, encontrou apenas quatro padres diocesanos. Valia-lhe o apoio prestado pelas congregações religiosas, como os Missionários da Consolata, para assegurar o acompanhamento espiritual a paróquias geograficamente tão grandes, que em algumas delas, há mais de 170 capelas. Hoje, fruto da aposta que fez nas pastorais juvenil e familiar, já conseguiu ordenar 16 novos sacerdotes e conta com 23 seminaristas, o que lhe permite encarar o futuro com mais esperança. a estratégia tem sido trabalhar muito com as famílias, porque quando se trabalha o jovem mas ele está dissociado da família, não se tem muito fruto, explica o bispo à Fátima Missionária, salientando a necessidade de se dar uma maior dimensão ao verdadeiro sentido da missão. Se o casal compreender que é missionário dentro da sua própria casa, já teremos uma coisa muito valiosa, porque assume que é o primeiro catequista e a paróquia passa a ser o seu lugar de participação, de comunhão e de evangelização. Segundo Francisco Pallano, é um facto que as famílias têm vindo a perder o sentido de missão, muito por culpa do imediatismo, do facilitismo e de um certo aproveitamento’ das muitas seitas que proliferam também no Brasil. Há uma abundância de seitas. Para eles, basta uma garagem para se transformar numa igreja e qualquer pessoa chega a pastor. Depois, apresentam muitos “milagres” e as pessoas mais vulneráveis deixam levar-se pela promessa de coisas imediatas. ao promover encontros regulares com as famílias e fazer-se presente nas celebrações religiosas das paróquias, o bispo, e a sua equipa eclesial, têm conseguido não só resgatar os fiéis para uma presença mais efetiva na Igreja, mas sobretudo fortalecer a comunidade religiosa e envolver os casais numa ação social mais comprometida. É o próprio casal, que envolvido na missão, vai ajudando os seus filhos a despertarem para a vida missionária. Havia casais que nem tinham o sacramento do matrimónio, o batismo ou o crisma, mas depois de participarem nos encontros que promovemos, despertaram para a fé, para a Igreja e para a missão, e isso tem trazido muita gente, adianta o prelado. a chegada de Francisco Pallano à diocese do Bonfim, onde há duas missões da Consolata, levou também ao reforço da devoção à Nossa Senhora de Fátima. O bispo descobriu que a Virgem Maria era a padroeira da catedral e escreveu ao então reitor do Santuário de Fátima (Virgílio antunes, agora bispo de Coimbra), que se disponibilizou para oferecer uma réplica da imagem à diocese. De passagem pela Cova da Iria para agradecer pessoalmente a oferta, o prelado visitou a sede da postulação da causa dos santos Francisco e Jacinta Marto e foi agraciado com duas relíquias – dois pedaços da urna dos videntes – que vão contribuir para aumentar a veneração à Virgem de Fátima e a vontade de difundir a mensagem que deixou há 100 anos aos três pastorinhos.