a taxa de sobrelotação nas cadeias de alguns países chega a ultrapassar os 400 por cento. O problema pode afetar a saúde mental dos detidos e originar episódios de violência
a taxa de sobrelotação nas cadeias de alguns países chega a ultrapassar os 400 por cento. O problema pode afetar a saúde mental dos detidos e originar episódios de violência O sistema prisional mundial alberga neste momento mais de 10 milhões de reclusos, sendo que em alguns países a sobrelotação ultrapassa os 400 por cento, uma situação que já se tornou quase uma epidemia, alertaram esta semana os participantes de um Congresso sobre Prevenção do Crime e Justiça Criminal, realizado em Doha, capital do Catar. Piera Barzano, da agência da ONU sobre Drogas e Crime, considerou a sobrelotação como um sintoma de mau funcionamento do sistema judiciário e um problema que deve ser tratado pela administração do prisão. Para esta especialista, o excesso de presos tem repercussões na qualidade da alimentação, nos serviços de saúde e no bem estar dos reclusos, podendo também causar episódios de violência. O ano passado, 77 países assumiram que tinham uma taxa de ocupação prisional 120 por cento acima da capacidade. Em Portugal, a população ultrapassa os 14 mil detidos (dados de 15 de abril) e alguns estabelecimentos, sobretudos as cadeias regionais, têm uma taxa de ocupação na ordem dos 123 por cento. Para Piera Barzano, citada pela Rádio ONU, esta situação gera condições de vida desumanas e levanta uma preocupação humanitária séria. Neste sentido, foi criado um guia de estratégias para reduzir a sobrelotação, que está disponível em vários idiomas no site da UNDOC.