a facilidade no acesso aos empréstimos bancários tornou-se numa armadilha em que muitas famílias caí­ram, julgando que o dinheiro barato era um dado adquirido para sempre, alertou o presidente do Tribunal de Contas
a facilidade no acesso aos empréstimos bancários tornou-se numa armadilha em que muitas famílias caí­ram, julgando que o dinheiro barato era um dado adquirido para sempre, alertou o presidente do Tribunal de Contas O presidente do Tribunal de Contas, Guilherme d’Oliveira Martins, afirmou este sábado, no Porto, que o Estado social moderno exige uma nova gramática do humano, que deve ser construída através de uma avaliação rigorosa entre o que é pedido ao cidadão contribuinte e o que é recebido pelas pessoas por parte do serviço público. Para este responsável, que discursava na conferência sobre a Reforma do Estado Social e a Doutrina Social da Igreja, integrada na Semana Social, falar de um sentido ético da economia é, no fundo, pô-la ao serviço das pessoas e compreender que o respeito mútuo e a salvaguarda da liberdade, da igualdade e da solidariedade são essenciais para defender um sentido pessoal e comunitário. Guilherme d’Oliveira Martins alertou, no entanto, para os erros cometidos no passado, sublinhando que a circulação do capital financeiro gerou a ideia de que a afluência de dinheiro, mesmo ilusória, poderia ser confundida com a geração de riqueza duradoura. Ou seja, o crédito fácil tornou-se uma perigosa armadilha, em que muitos caíram, julgando que o dinheiro barato era um adquirido definitivamente, acrescentou. O presidente do Tribunal de Contas, citado pela agência Ecclesia, referiu ainda que é possível concluir, através de vários estudos efetuados, que os défices do Estado não podem ser imputados aos gastos sociais – educação, saúde e segurança social. a Semana Social, promovida pela Conferência Episcopal Portuguesa, decorre até domingo, 25 de novembro, na Casa Vilar, no Porto.