Capital da argentina lança programa para incentivar os seus moradores a andar de bicicleta. «Mejor en Bici» promove cursos, dá dicas de segurança, constrói rede de ciclovias, tudo para combater o stress e a poluição
Capital da argentina lança programa para incentivar os seus moradores a andar de bicicleta. «Mejor en Bici» promove cursos, dá dicas de segurança, constrói rede de ciclovias, tudo para combater o stress e a poluiçãoDois milhões e meio de carros circulam diariamente pelas ruas da cidade, causando intenso tráfego, stress, poluição atmosférica e deixando pouco espaço para os outros utentes das ruas. Os ciclistas eram vistos, até agora, como exóticos e engraçados. O jornalista alejandro Robossio, que começara a deslocar-se de bicicleta há cinco anos, queixa-se: Os motoristas não têm respeito algum e conduzem mal.

Lançada em 2009, a iniciativa da administração municipal da capital argentina para promover o uso do veículo de duas rodas, Mejor en Bici, pretende tornar a vida dos ciclistas mais confortável e segura. Sabíamos que as pessoas utilizariam a bicicleta se não tivessem medo por causa do trânsito, garante Paula Bisiau, diretora do programa. Por isso começamos a construir uma rede de ciclovias seguras. Em Rosedal, um parque de Buenos aires, adultos e crianças aprendem a andar de bicicleta. Os cursos fazem parte do programa.

Hoje, Buenos aires, com 2,8 milhões de habitantes, dispõe de quase 90 quilómetros de ciclovias. Nos próximos anos, pretende-se chegar aos 200 quilómetros. Sinalizados de amarelo nas margens das vias, as ciclovias são separadas por barreiras de plástico. Nas ruas apertadas do centro, às vezes, uma fita adesiva assinala o percurso. Nem sempre a separação significa que as ciclovias estejam livres de obstáculos. Por vezes os varredores de rua deixam os carros ou sacos de lixo na via destinada aos ciclistas. Mesmo assim, as ciclovias mantêm o trânsito de carros afastado, tornando o Mejor en Bici um sucesso.

Cada vez mais capitais descobrem a bicicleta como um veículo económico e que faz bem à saúde, embora haja ainda muitos automobilistas que ofendam os novos utentes das ruas. O programa poderia servir de exemplo para outras metrópoles latino-americanas. a capital colombiana, Bogotá, planeia uma iniciativa parecida. Bogotá já dispõe de uma infraestrutura para bicicletas, de 344 quilómetros, utilizada diariamente por cerca de 285 mil ciclistas. Em São Paulo, a sexta maior cidade do mundo com 11,2 milhões de habitantes, onde em 2011 morreram em acidentes de trânsito 49 ciclistas, conta apenas com 113 quilómetros de ciclovias.