Novo primeiro-ministro do Japão “é um político jovem o que nos dá muitas esperanças, especialmente nas dificuldades presentes”, afirma o bispo de Niigata e presidente da Caritas japonesa, Isao Kikuchi
Novo primeiro-ministro do Japão “é um político jovem o que nos dá muitas esperanças, especialmente nas dificuldades presentes”, afirma o bispo de Niigata e presidente da Caritas japonesa, Isao KikuchiO ex-primeiro-ministro não foi tão rápido como deveria a gerir as operações de socorro, após o terramoto e o tsunami, lamenta o prelado. Esperamos que o novo primeiro-ministro mostre uma liderança mais forte na organização das operações de reconstrução e retoma, depois da tragédia que nos atingiu, contando mais com a obra das comunidades religiosas e reconhecendo o seu trabalho, explicou o presidente da Cáritas à agência Fides. a Cáritas japonesa agiu com prontidão, abriu um centro para as ajudas humanitárias na diocese de Sendai, a mais atingida pelo tsunami, refere o bispo Isao Kikuchi. Enviámos muitos voluntários e, depois desta experiência dolorosa, o nome da Cáritas é muito respeitado e apreciado. Todos têm uma óptima opinião a nosso respeito.

Quanto à gestão das ajudas, trabalhámos em estreita colaboração com as autoridades civis locais, mas não tivemos contactos directos com o governo nacional, explica o bispo de Niigata. O actual desafio poderá consistir em estabelecer contactos mais profundos com o governo nacional. a questão é que o executivo japonês mantém, tradicionalmente, uma certa distância com as organizações religiosas. É uma tradição que se criou logo após a segunda guerra mundial, para evitar os erros do passado, quando as cúpulas do estado eram muito condicionadas pelo credo xintoísta.

Hoje, os tempos mudaram. Penso que através das organizações humanitárias, como a Cáritas e as organizações não-governamentais de inspiração religiosa se possa estabelecer uma colaboração estável e profícua entre o governo e as comunidades religiosas para o bem da população de todo o país, comentou o presidente da Cáritas japonesa. Yoshihiko Noda, de 54 anos, foi eleito novo primeiro-ministro do Japão, a 30 de agosto, pela Câmara Baixa do Parlamento. Ex-ministro das Finanças, fora eleito presidente do Partido Democrático. O agora ex-primeiro-ministro, Naoto Kan, deu as demissões, a 26 de agosto, não resistindo às críticas que foram feitas à sua gestão do terramoto de 11 de Março e à consequente crise nuclear.