No rescaldo da visita de Bento XVI, a Fátima Missionária entrevistou Manuel Carreira Júnior, o primeiro missionário português da Consolata
No rescaldo da visita de Bento XVI, a Fátima Missionária entrevistou Manuel Carreira Júnior, o primeiro missionário português da ConsolataComo avalia a vinda do Santo Padre a Portugal?
O Papa surpreendeu pela capacidade de superar a sombra do seu antecessor, João Paulo II. Conseguiu aguentar o sorriso, um tudo ou nada forçado, durante todos estes dias. Conseguiu erguer a mão direita para abençoar o povo, sem mostrar qualquer espécie de cansaço. Soube através destas bênçãos, aproximar-se e fazer aproximar de si as multidões. Foi visível isso, no bater de palmas, no acenar de lenços e nos vivas contínuos, interrompendo mesmo, várias vezes, as homilias e discursos. Em suma, o Papa soube conquistar o povo e conquistar Portugal.
Conhece Fátima desde 1944. Qual a diferença de então para hoje?
Em 1944, a Cova da Iria era menos que uma aldeia: meia dúzia de casas, algumas lojas e lugares de restauração. O próprio recinto do Santuário era de terra batida e quando chovia tornava-se num lamaçal. a capelinha das aparições era mesmo uma pequena ermida, guarnecida por um alpendre rústico onde os miraculados, dependuravam as suas muletas.
Depois veio o reconhecimento de Roma, oficialmente em 1942, com Pio XII a participar, via rádio, nas celebrações do 25º aniversário das aparições; depois vieram os legados pontifícios, a Igreja cada vezmais dentro do fenómeno Fátima e por fim, as visitas de Paulo VI e João Paulo II até ao que se vê hoje.