Os governos devem defender as suas fronteiras no respeito pelos direitos humanos. Migrantes sofrem em silêncio, denuncia uma organização de direitos humanos
Os governos devem defender as suas fronteiras no respeito pelos direitos humanos. Migrantes sofrem em silêncio, denuncia uma organização de direitos humanosNum recente relatório, a Human Rights Watch denuncia abusos cometidos contra os migrantes, neste último ano. Os governos parecem ter esquecido que os homens, mulheres e crianças que emigram continuam a ter direitos, afirma Nisha Varia, investigadora da organização de direitos humanos. Em vez de proteger pessoas mais expostas a determinados abusos, muitos governos marginalizam, punem ou impedem-nas de aceder a determinados serviços, critica. O estudo apresenta a situação de países de vários continentes. Entre eles, a África do Sul, arábia Saudita, China, Cuba, Egipto, Emirados Árabes Unidos, Estados Unidos, França, Grécia e Israel.
O documento, intitulado Progressos demasiado lentos, prova que o ano de 2009 foi particularmente duro para os migrantes. Em alguns países, existem políticas muito severas para os imigrantes recém-chegados. Verifica-se falta de procedimentos adequados em casos de concessão de estatuto de refugiados; detenções irregulares, algumas incluindo crianças; expulsão de imigrantes para os países de origem, onde arriscam fortes represálias. alguns clandestinos chegam a perder a vida, ao tentar atravessar fronteiras. Desde Maio passado, 17 pessoas foram mortas pelas autoridades localizadas na fronteira entre o Egipto e Israel.
a organização recorda que muitas sociedades dependem do trabalho dos residentes estrangeiros. Estes desempenham funções, às quais se negam os próprios habitantes. Porém, são comuns os casos de exploração. O medo de retaliações leva muitos imigrantes ilegais a suportarem abusos em silêncio. Os governos têm o direito de proteger as suas fronteiras, mas devem fazê-lo no respeito pelos direitos humanos, defende a organização.