Vamos tomar o exemplo da família de Lúcia para falar de algo que deve ser aceite como pilar da humanidade, nunca como meio pessoal e egoí­sta de viver a vida
Vamos tomar o exemplo da família de Lúcia para falar de algo que deve ser aceite como pilar da humanidade, nunca como meio pessoal e egoí­sta de viver a vidaPoderíamos focar a imagem da família de Jesus de Nazaré, mas parece-nos mais apropriado mencionar uma família dos nossos tempos e cujo exemplo retrata com alguma fidelidade o conceito da família tradicional.
Este tipo de família a que aludimos é aquela que qualquer casal comum origina através do matrimónio, ou seja, de um contracto de casamento, tal como o conhecemos.
Porquê tomarmos como exemplo a família de Lúcia se era uma família que viveu há cerca de 100 anos, de origem rural e hoje tudo evoluiu, acrescentando a isso as alterações que este conceito sofreu?
Essencialmente porque a família de Lúcia era constituída pelo casal (pai e mãe) e seis filhos (cinco raparigas e um rapaz). Era uma família numerosa, mas pobre e por isso todos trabalhavam para sobreviver.
Lúcia diz nas suas memórias que as irmãs em algumas épocas do ano tinham de trabalhar fora (no campo) e que teciam e costuravam ao serão, após a ceia e a reza. Descreve a alegria de um serão familiar dizendo meu irmão, para espalhar-nos o sono, tocava harmónio, ao som do qual cantávamos várias coisas.
Mas, mais curioso ainda é a postura dos vizinhos daquela família vinham, não poucas vezes, fazer-nos companhia e costumavam dizer que, apesar de não os deixarmos dormir, se sentiam alegres e lhes passavam todas as arrelias com ouvirem a festa que nós fazíamos.
acaso estaremos a imaginar que tal possa acontecer nos nossos dias e de uma forma tão simples e pacífica, tendo em conta o modo como vivemos? Parece-nos difícil, mas na verdade é um exemplo tão singular que merece alguma reflexão.
Não foi por acaso que mencionamos a família tradicional, é que actualmente a sociedade rejeita grande parte desses valores e pretende impor, sublinhamos bem: impor, outras famílias, ou seja, novos conceitos individualistas da família.
até já se fala em famílias homossexuais (casamentos entre seres do mesmo género: homens com homens, mulheres com mulheres), confundindo orientações sexuais (individuais ou colectivas) com casamento.
Como o nosso país é um Estado laico, pode legislar sobre a matéria, mas tem o dever de não afrontar ou tentar eliminar o casamento tradicional que, no fundo, é mesmo isso que pretende: acabar com a família tradicional e assim dar lugar a uma sociedade onde os valores morais são zero, pois isso interessa a laicos, ateus e anarquistas, mesmo que individualmente.
Como cidadãos deste país temos todo o direito a não consentir tal imposição, mesmo que para isso seja necessário não acatar as Leis – desde que as mesmas não respeitem os direitos e garantias do povo português – especialmente antes de as mesmas estarem aprovadas.
O cristão tem o dever de lutar pela estrutura de família que deriva da sua crença e a hierarquia da Igreja de tornar claras as suas posições em relação ao Estado que produz essas Leis. Tenhamos todos a coragem de dar as mãos em prole daquilo em que acreditamos.