« a guerra acabou», explicou Osório Léqui. Na última semana de Outubro, vários líderes de grupos rivais de artes marciais, em Timor-Leste, lançaram a batalha pela paz da juventude timorense
« a guerra acabou», explicou Osório Léqui. Na última semana de Outubro, vários líderes de grupos rivais de artes marciais, em Timor-Leste, lançaram a batalha pela paz da juventude timorenseLéqui, Portágio e Sakaw são líderes de grupos rivais de artes marciais em Timor-Leste. Os seus passos nunca se cruzavam. Excepto para lutar. Esta semana [a última de Outubro], porém, lançaram juntos uma batalha diferente, pela paz da juventude timorense, escreve Pedro Rosa Mendes, da agência Lusa. Na abertura oficial da organização não-governamental timorense Uma Juventude (expressão tétum que significa Casa da Juventude ), os líderes de grupos rivais juntaram-se. Têm a ambição de reconciliar os jovens e transformá-los em agentes de paz.
aos três associaram-se Nuno Soares, antigo líder do grupo Korka, associado à Fretilin, e Oan Kiak, ex-combatente. São rostos de grupos cuja rivalidade produziu alguns dos incidentes mais graves durante e depois da crise de 2006. O que chamamos guerra foi uma crise civil que transbordou dos militares e implicou os grupos de artes marciais e os jovens, que aceitaram as consequências da divisão nos militares explicou Osório Léqui.
agora, a situação é outra e as pessoas precisam de mudar a sua vida, acrescenta Osório Léqui. Precisamos de fazer algo mais prático para a nossa vida do que lutar. O processo de violência no passado acumulou-se em nós para nos fazer trabalhar juntos com mais força de agora em diante. Osório Léqui faz notar: Talvez de fora olhem para nós e vejam apenas os delinquentes e os criminosos. Mas nós tentamos ver na direcção oposta: estes são os guardiães do futuro da juventude timorense.
Nós somos as vítimas de um conflito pós-independência. Temos um grande potencial para ser manipulados politicamente, admite Osório Léqui, líder do Colimau 2000. Os relatos de aproveitamento político dos grupos de jovens, em 2006 e 2007, são 75 por cento verdade. Hoje a exploração pelos partidos parou por razões que têm a ver com ambos os lados. Esperam alternativas.
Os grupos de jovens são transversais à sociedade e é arriscado catalogá-los como grupos de criminosos, explica a Lusa. Tem que se identificar e distinguir as organizações culturais e desportivas das que são criminosas, declarou o fundador da Uma Juventude, José Sousa-Santos, até há poucos meses assessor do presidente da República, José Ramos-Horta.
O ex-assessor presidencial para a juventude explica: Não podemos dar-nos ao luxo de falhar desta vez. Os líderes representam cerca de 250 mil jovens timorenses. Vamos apoiá-los ou deixá-los voltar às ruas?, pergunta José Sousa-Santos. O próximo conflito é um bom emprego, uma boa vida. É esse o desafio para nós e para a sociedade, concorda Osório Léqui.