Já lá vai um mês desde que a 28 de Fevereiro os dois blocos políticos do Quénia resolveram formar um governo de unidade nacional. Mas para já pouco ou nada aconteceu
Já lá vai um mês desde que a 28 de Fevereiro os dois blocos políticos do Quénia resolveram formar um governo de unidade nacional. Mas para já pouco ou nada aconteceuO diálogo entre o presidente Mwai Kibaki e o líder da oposição Raila Odinga para a nomeação de um governo de unidade nacional continua. Segundo as informações mais recentes muito pouco se avançou na discussão quanto ao número e à distribuição dos ministérios.
O problema parece estar nos números. Quando se concordou em distribuir os cargos políticos em pé de igualdade, 50 por cento para cada lado, ninguém decidiu a que é que isso corresponde. Está-se agora num impasse ao tentar determinar quantos serão os ministros, se vinte, trinta ou mais. Qual é a percentagem a atribuir a cada ministério. a que grupo vai pertencer por exemplo o ministério das Finanças, e assim por diante.
Um porta-voz da oposição punha há dias o problema ao nível da nossa pobre inteligência: Queremos os bifes e eles querem-nos dar os ossos. a questão reduz-se a saber quem vai ferrar os dentes no quinhão mais apetecido.
O sofrimento do povo não é para já problema urgente. O facto de o preço do pão ter subido em Fevereiro e ir subir de novo a 1 de abril não é parte da equação. Os desalojados já não fazem grande notícia. agora trata-se de partilhar os despojos.
as Igrejas lá vão dando os seus conselhos, mas sem grande ressonância. O cardeal João Njue, de Nairobi, dizia há dias que a justiça devida ao povo sofredor não é a de lhe impor um número excessivo de ministros. O mesmo têm dito os representantes do Conselho Nacional das Igrejas do Quénia (NCCK). Para já os políticos não estão a prestar atenção. Entretanto o tempo passa e os problemas agravam-se.