Há em Lisboa “uma pobreza difusa, não concentrada, que permanece escondida e que, por vezes não expressa as suas necessidades e carências (idosos, pobreza “envergonhada”, deficiência)”
Há em Lisboa “uma pobreza difusa, não concentrada, que permanece escondida e que, por vezes não expressa as suas necessidades e carências (idosos, pobreza “envergonhada”, deficiência)”Nota-se ainda na capital portuguesa novas formas de empobrecimento e exclusão (endividamento, toxicodependência, destruição das estruturas familiares tradicionais) conclui o I Relatório do Observatório de Luta Contra a Pobreza na Cidade de Lisboa. Os mais velhos, as famílias desestruturadas, as pessoas menos qualificadas e as mais endividadas estão entre as que mais facilmente empobrecem, adianta o relatório citado pela Lusa.
O documento, que será apresentado terça-feira, indica também existir uma pobreza extrema com tendência a ser cada vez mais crónica e muito visível , resultante do facto de as mesmas pessoas concentrem em si diferentes problemas (não possuírem emprego nem grandes qualificações, estarem sem-abrigo, sofrerem de diferentes dependências e encontrarem-se envolvidas nas formas mais subterrâneas de economia informal) .
O risco de pobreza é mais acentuado também nas populações vulneráveis (crianças, jovens dos bairros mais periféricos e mulheres isoladas com enormes responsabilidades familiares), nos que vêem as suas ocupações e qualificações tornar-se obsoletas e ficam obrigados a fechar os seus negócios, vendo degradar-se, muitas vezes em idades já avançadas, as suas condições económicas, de habitação e saúde .
a análise realizada pelo Observatório de Luta Contra a Pobreza na Cidade de Lisboa conclui ainda que a heterogeneidade que caracteriza muitas freguesias de Lisboa (onde existem pessoas em situação de grande pobreza e outras a viver medianamente) dificulta a aplicação de soluções de combate à pobreza.