Se há “sinais dos tempos” que a Igreja possa discernir, eles só podem ser sinais de esperança, a alegria de verificar que, embora oculto e sofrido, o Reino de Deus já está no meio de nós”
Se há “sinais dos tempos” que a Igreja possa discernir, eles só podem ser sinais de esperança, a alegria de verificar que, embora oculto e sofrido, o Reino de Deus já está no meio de nós”Ler os sinais dos tempos não é uma questão de moda. É um desafio permanente aos discípulos de Cristo, que deve gerar uma contínua atenção ao sentido profundo da história, lida e interpretada a partir da fé, expressão do carisma profético da Igreja, novo Povo de Deus, afirmou o cardeal patriarca de Lisboa, no âmbito dos 25 anos do Centro de Estudos dos Povos e Culturas de Expressão Portuguesa.
Numa conferência dividida em nove pontos, sob o tema Leitura dos sinais dos tempos, um olhar cristão sobre a História, José da Cruz Policarpo salientou que o desafio a compreender os sinais do Reino de Deus já presente, é o sentido da expressão no Evangelho de São Mateus (Mt. 16,2-3).
O cardeal apontou que é de importância decisiva a presença empenhada dos cristãos na edificação de uma sociedade mais justa. Mais, esta presença dos cristãos no mundo, profundamente comprometidos com o progresso da humanidade, é essencial para esta leitura cristã da história, referiu.
Sobre a globalização, o prelado apontou a vertente cultural, económica e da comunidade do saber sem esquecer a crise do Ocidente. E neste quadro é urgente encontrar e valorizar sinais de esperança, promissores de um futuro positivo para a humanidade, defendeu.
José da Cruz Policarpo considera que, neste tempo, a Igreja é chamada a renovar a consciência da sua universalidade e a tirar daí as necessárias ilações pastorais. Isso supõe uma abertura das igrejas particulares à universalidade, exige que não se pare ou desista no esforço de aproximação ecuménica, supõe a construção da unidade na pluralidade, arrasta-nos para a generosidade da partilha e para a paixão da missão.