Dois dirigentes da comunidade muçulmana da Guiné-Bissau insurgiram-se contra o projecto do parlamento de abolir no país a prática de mutilação genital feminina, já que é uma “afronta ao Islão”
Dois dirigentes da comunidade muçulmana da Guiné-Bissau insurgiram-se contra o projecto do parlamento de abolir no país a prática de mutilação genital feminina, já que é uma “afronta ao Islão”O presidente do Conselho Nacional Islamico (CNI), El Haj abdou Bayo, e Mustafa Rachid Djaló, presidente do Conselho Superior dos assuntos Islamicos (CSaI), afirmaram ser contra qualquer discussão e eventual aprovação de legislação contra a prática ancestral da mutilação genital feminina, adianta a Lusa.
Os políticos da Guiné-Bissau incorrem num grave erro e numa afronta ao Islão se decidirem abolir um dos sunnas , (mandamentos, em árabe) da religião muçulmana. O parlamento guineense deve votar a legislação para abolir a prática da excisão no país, a 28 de Fevereiro.
Em 2007, mais de quatro mil jovens foram sujeitas a excisão, prática também conhecida por fanado da mulher, condenada por grande parte da sociedade guineense. Na opinião dos dois dirigentes religiosos, a prática do fanado da mulher é uma das recomendações constantes no Corão – livro sagrado dos muçulmanos – pelo que a sua abolição seria um desrespeito ao Islão.