“Vários mí­sseis e rajadas de morteiro atingiram o hospital. Tivemos de evacuar todos os utentes e uma centena de crianças da aldeia dos órfãos, ao lado do hospital”
“Vários mí­sseis e rajadas de morteiro atingiram o hospital. Tivemos de evacuar todos os utentes e uma centena de crianças da aldeia dos órfãos, ao lado do hospital”as declarações são do doutor Cláudio Croce, da aldeia dos Órfãos, SOS Children, de Mogadíscio. Depois de um dia de combates intensos entre o exército etíope e as milícias anti-governamentais, os soldados entraram no hospital e passaram tudo a pente fino, à procura de armas e munições.
Segundo o médico, os bombardeamentos não causaram danos graves ao hospital, gerido pelas Missionárias da Consolata. Mas teve de ficar encerrado porque não está em condições de funcionar. a situação é muito tensa e quem habita nesta zona, em Huriwa, a norte da capital, procura pôr-se a salvo. a zona é considerada um bastião dos rebeldes e está sob fogo do exército.
a insegurança da população civil é permanente. Nas últimas semanas quem pôde, abandonou a cidade. Um dos nossos enfermeiros Mohammed ahmed abdi, quando procurava fugir com a mulher e dois filhos, vi-os morrer com a explosão de uma bomba. Quanto mais tempo o hospital ficar fechado, tanto mais a população terá de sofrer.
Preocupada com a situação das crianças do país, a UNICEF já pediu a criação de zonas seguras para um milhão e meio de menores envolvidos no conflito. Temos a confirmação que ambas as partes estão a recrutar crianças para combater, disse Cristian Balslev-Olesen, responsável do organismo das Nações Unidas na Somália.