Com grande probabilidade, o Quénia está à beira de uma reviravolta Política. Será marcada pela mudança de presidente da República apenas cinco anos depois da eleição de Mwai Kibaki
Com grande probabilidade, o Quénia está à beira de uma reviravolta Política. Será marcada pela mudança de presidente da República apenas cinco anos depois da eleição de Mwai KibakiDaqui a pouco mais de uma semana, a 27 de Dezembro, o Quénia vai às urnas. Vai eleger um novo presidente e um novo parlamento. Se as sondagens não enganam, Raila Odinga será o presidente da República e Mwai Kibaki o primeiro presidente a ser derrotado nas urnas.
as últimas sondagens atribuem a Odinga uma vantagem de cinco ou mais pontos percentuais sobre o actual incumbente. Mwai Kibaki iniciou a sua presidência, há cinco anos, numa onda de euforia. Sucedeu às ditaduras de Jomo Kenyatta e arap Moi. Os problemas, porém, eram tantos e tão ingentes que ele ficou longe de os conseguir superar, especialmente no que diz respeito à corrupção e ao clientelismo. a economia melhorou muito, mas os efeitos desta melhoria não são sentidos pelas classes pobres as quais continuam a perder poder de compra e capacidade de subsistência.
Raila Odinga é um mistério que muitos amam e muitos temem. O seu ponto fraco é talvez a economia, pois promete mundos e fundos, sem explicar como e onde os vai obter. É vã a promessa de gastar o que não se tem nem se prevê vir a ter. Um dos seus grandes trunfos é a regionalização, mas o difícil será conseguí-la sem fragmentar o país. a pobreza já está regionalizada e a riqueza dificilmente se transfere para zonas onde não há um mínimo de infra-estruturas.
Caso venha a ser eleito, poderá tocar a Odinga o mesmo fim que tocou a Kibaki: não conseguir manter a maior parte das promessas eleitorais. E isto com uma outra desvantagem, a de ter uma pequena veia ditatorial que ele não consegue camuflar completamente. a sua aliança com a comunidade muçulmana, com a finalidade única de obter o voto em massa dessa comunidade, embora seja uma manobra política, é também uma manobra perigosa e divisionária.
Seja quem for o novo presidente, o povo merece paz e prosperidade. É essa a mensagem que Jesus nos trás neste Natal e esperamos que também o novo presidente da República no-la traga.