O grito de há cinco anos da campanha eleitoral no Quénia era: Kibaki tosha! – Basta-nos Kibaki! Hoje grita-se: Kibaki tena! – Mais uma vez Kibaki!
O grito de há cinco anos da campanha eleitoral no Quénia era: Kibaki tosha! – Basta-nos Kibaki! Hoje grita-se: Kibaki tena! – Mais uma vez Kibaki!as eleições presidenciais e legislativas do Quénia estão a quatro meses de distância. a actividade política está ao rubro. a grande coligação Movimento Democrático Laranja, que se propunha derrubar Kibaki, sofreu um grande revés. Não conseguiu manter-se e a laranja dividiu-se em duas.
O carismático Raila Odinga e o dinâmico mas menos conhecido alonso Musyoka são líderes das duas facções. Kibaki remete-se ao silêncio. Deixa que os outros vão queimando os cartuxos, mas a sua máquina eleitoral está em movimento.
Há dias recebeu um apoio inesperado: do seu antigo inimigo e predecessor arap Moi. É uma machadada nas aspirações de Raila Odinga, cuja base eleitoral deve muitos favores a arap Moi. O apoio de Odinga vem, especialmente, do Oeste do país, à volta do lago Vitória. alonso Musyoka, natural de Machakos, a Sudeste de Nairobi, espera poder atrair a si o centro e sul.
No Quénia, para já, a política não se joga no terreno da aceitação ou rejeição de programas, mas sim no apoio tribal. É por isso difícil encontrar boas razões para apoiar ou rejeitar um ou outro dos candidatos, a não ser pela afinidade tribal.
Daí nasce, infelizmente, uma situação de tristeza e de dor. É por altura das eleições que deflagram sempre lutas tribais entre etnias vizinhas, como já está a suceder agora em algumas zonas do país. Espera-se que a conquista da democracia partidária conseguida nas eleições de 2002, depois de 40 anos de ditadura, não se torne vítima de regionalismos mesquinhos e destruidores nas eleições de 2007.
Os Bispos católicos publicaram há dias uma carta pastoral apelando ao voto consciente e à escolha livre de candidatos dignos do serviço que lhes é confiado. Em casos como estes, costuma-se dizer: Que Deus os ouça! . Para o bem do Quénia, eu acrescento: Que os ouçam os homens!.