Martin Luther King sonhou um outro país, onde a Liberdade ressoasse. Foi em Washington, perante 250 mil pessoas
Martin Luther King sonhou um outro país, onde a Liberdade ressoasse. Foi em Washington, perante 250 mil pessoasUma simples frase, um grito enorme. Foi assim há 44 anos e, desde então, Martin Luther King ultrapassou fronteiras e a sua luta pela igualdade entre os homens passou a ser uma bandeira de muitos. I have a dream, eu tenho um sonho, disse naquele 28 de agosto de 1963, no final da Marcha para Washington por Emprego e Liberdade.
O discurso não se tornaria apenas emblemático pela frase, mas também pelo seu remate That Liberty Ring, que a Liberdade ressoe, sublinhado pelo enquadramento do palco onde Luther King discursou: a escadaria do Lincoln Memorial, um monumento que é ele próprio um símbolo da liberdade, da fraternidade e da igualdade, valores também bebidos pela Revolução americana.
Perante mais de 250 mil pessoas de cores e etnias diferentes, reunidas na capital americana, sede do poder federal, a manifestação marcaria uma etapa fundamental na campanha de sensibilização para as dramáticas e desesperadas condições de vida dos negros no Sul dos Estados Unidos. Em Washington, Luther King não deixou de exigir ao poder central um maior compromisso na segurança física dos negros e dos defensores dos direitos civis, sobretudo no Sul, onde os ataques racistas do movimento Ku Klux Klan fizeram muitas vítimas.
Hoje, 44 anos passados, a realidade é tingida com mais cor. Mas, apesar de no horizonte da Casa Branca poder estar um candidato negro, Barack Obama, pelo Partido Democrata, permanecem fortes desigualdades sociais entre os diferentes grupos étnicos. Este mês um relatório indicava que a esperança média de vida dos americanos tinha diminuído, passando os EU a do 11º para o 42º lugar, mas entre os cidadãos do país também se verificam diferenças: a população afro-americana tem uma esperança de vida mais curta que a dos americanos brancos.