Uma centena de timorenses atacaram e destruí­ram, na noite de sexta-feira, um convento-escola, em Baucau, na parte oriental de Timor-Leste
Uma centena de timorenses atacaram e destruí­ram, na noite de sexta-feira, um convento-escola, em Baucau, na parte oriental de Timor-LesteGrupos de jovens armados incendiaram várias casas em Viqueque e Baucau, em protesto contra a nomeação do novo primeiro-ministro de Timor-Leste, Xanana Gusmão. Mas o descontentamento não se ficou pela violência e atingiu o extremo: o abuso sexual de várias estudantes, entre as quais uma menina de apenas oito anos, adianta a Rádio Vaticano.
O superior da Sociedade Salesiana de São João Bosco, padre Basílio Maria Ximenes, atribuiu o ataque a supostos militantes da Frente Revolucionária de Timor-Leste Independente (FRETILIN). Os jovens que atacaram o convento e a escola são militantes da FRETILIN. Meu pessoal e estudantes reconheceram alguns dos sujeitos que violentaram as estudantes no convento , denunciou. O sacerdote explicou ainda que os militantes da FRETILIN consideram os sacerdotes e religiosas da Igreja Católica como seus inimigos.
Em Viqueque, uma criança morreu durante os ataques, informou um porta-voz do governo, Hermenegildo Pereira. Esta é a primeira morte conhecida desde o início desta onda de violência, na semana passada. O primeiro-ministro Xanana Gusmão está muito desiludido com esta situação, na qual uma criança morreu, e com o que aconteceu ontem à noite no convento salesiano, comentou Hermenegildo Pereira. Isto envergonha-nos enquanto nação soberana que professa o cristianismo.
a UNICEF condenou a destruição de várias escolas e outros centros educativos para crianças em Timor-Leste. Em Baucau, três escolas foram danificadas. Um incêndio arrasou o edifício Child Friendly Space , que oferece educação pré-escolar e programas para jovens, administrado por uma organização não governamental, com apoio da UNICEF.
as Nações Unidas afirmam que já foram incendiadas 142 casas em Viqueque e Baucau. a polícia da ONU deteve quatro pessoas em Baucau. No dia 9 foram detidas outras 17.