a Liga Guineense dos Direitos Humanos pediu ao presidente João Bernardo Nino Vieira que intervenha para a libertação de cerca de 20 pessoas detidas há mais de um ano sem culpa formada
a Liga Guineense dos Direitos Humanos pediu ao presidente João Bernardo Nino Vieira que intervenha para a libertação de cerca de 20 pessoas detidas há mais de um ano sem culpa formadaEm carta aberta, a Liga alerta o chefe de Estado para os perigos do aumento dos sentimentos de ódio, vingança e humilhação entre os guineenses, considerando que estas situações contribuem para o adiar dos verdadeiros desígnios nacionais que são a paz, a convivência pacífica e a reconciliação.
Segundo o documento assinado pelo presidente da organização, Luís Vaz Martins, os detidos são militares e elementos dos serviços de Segurança de Estado (a ‘secreta’ guineense), e encontram-se há mais de um ano no quartel da Base aérea, em Bissau. Foram detidas por ordem do Estado-Maior General das Forças armadas sob a acusação de serem colaboradores dos rebeldes do Movimento das Forças Democráticas da Casamança (MFDC) que luta há mais de duas décadas para a independência desta província do sul do Senegal que faz fronteira com o norte da Guiné-Bissau.
O presidente da Liga comentou o caso de Mário Sá Gomes, refugiado desde quinta-feira na sede das Nações Unidas, em Bissau, considerando que o activista dos Direitos Humanos, em acesa polémica com os militares devido ao tráfico de droga, deve abandonar a Guiné-Bissau, por razões de segurança. Para Luís Vaz Martins não existem condições de segurança para a integridade física de Mário Sá Gomes, alegadamente perseguido pelas chefias militares, pelo que devia ser autorizado a exilar-se num país estrangeiro.