adopção da língua e direitos iguais são insuficientes para garantir a integração plena dos imigrantes na sociedade de acolhimento. é necessária uma adaptação mútua
adopção da língua e direitos iguais são insuficientes para garantir a integração plena dos imigrantes na sociedade de acolhimento. é necessária uma adaptação mútuaOrganizado pelo alto Comissariado para a Imigração e Diálogo Intercultural (aCIDI), está a decorrer hoje, em Lisboa, um seminário para promover um melhor conhecimento das experiências de outros países em matéria de políticas de integração de imigrantes. No seminário será apresentada uma análise sobre os Modelos e Políticas de Integração de Imigrantes: os casos da Europa, Canadá e austrália , elaborada pela investigadora Claire Healy, da National University of Ireland.
a investigadora Claire Healy, disse à agência Lusa que a integração no contexto europeu é ainda encarada por vários estados-membros como uma assimilação . Neste modelo o imigrante abandona os seus valores e adopta os da sociedade de acolhimento. Tal visão condiciona a própria integração, uma vez que só tem em conta os termos da sociedade de acolhimento .
Países como a França, alemanha e Holanda introduziram, nos últimos cinco anos, cursos de língua e integração para os imigrantes. Neles exige-se que os imigrantes cumpram certos requisitos mínimos relativos ao conhecimento da língua, valores e direitos vigentes. É condição para poderem entrar ou permanecer no país. Embora os cursos possam representar um investimento a longo prazo, também representam uma tendência contra a valorização da multiculturalidade .
a implementação deste tipo de medidas mudou por completo o verdadeiro conceito da integração para algo que é forçado, fazendo com que as pessoas vejam apenas a necessidade de adaptação por parte do imigrante, em vez de encarar a integração como uma necessidade de adaptação mútua , afirmou a investigadora.
Estas medidas são um investimento e uma oportunidade perdida se a própria sociedade não mudar a sua atitude face aos imigrantes e caso não seja capaz de reconhecer o seu contributo económico, social e cultural , sustentou, lembrando que Portugal e Irlanda têm o potencial de agir agora para garantir uma melhor integração dos imigrantes e aprender dos erros cometidos na política de imigração britânica, francesa ou holandesa .
É fundamental que a Europa deixe de encarar a imigração e a integração como sendo duas coisas distintas , disse Claire Healy. a UE tem de deixar de trabalhar separadamente nestas áreas porque isto bloqueia todos os esforços que se fazem a nível da integração . É preciso desenvolver políticas que vinculem a imigração com políticas de desenvolvimento e integração .