Os bispos vão discutir os temas que os preocupam com o primeiro-ministro, numa audiência agendada para esta semana
Os bispos vão discutir os temas que os preocupam com o primeiro-ministro, numa audiência agendada para esta semanaO anúncio da reunião foi feito no final da assembleia plenária da Conferência Episcopal Portuguesa (CEP), pelo seu porta-voz. Carlos azevedo adiantou que a audiência foi agendada por Sócrates para esta semana.
Em causa estão as reivindicações dos prelados que, acusam os bispos de falta de diálogo em áreas como a educação ou a solidariedade. Os vários problemas no relacionamento com o Estado estiveram em análise na reunião que decorreu hoje, 10 de Julho, em Fátima.
acompanhamos com bastante preocupação o comportamento do Estado em áreas como a solidariedade social, a educação, a regulamentação da Concordata, a reforma da comunicação social ou o acompanhamento espiritual em prisões e hospitais, frisou o bispo auxiliar de Lisboa.
Na área da comunicação social, a Igreja critica a nova legislação para o sector que leva à falta de liberdade de informação ao intervir no estatuto editorial de cada órgão, afirmou. a nova regulamentação impõe regras muito apertadas para os órgãos regionais de inspiração católica, ignorando que muitos destes pequenos jornais vivem do voluntariado para poder levar por diante essa missão de informar.
a ampliação dos horários nas escolas é outro dos problemas que mereceu a atenção dos bispos. as instituições de solidariedade social podem mesmo vir a ter de despedir duas mil pessoas já que a responsabilidade da gestão desses prolongamentos foi entregue às autarquias que negociou com privados, disse. a Conferência Episcopal critica a redução dos apoios do Estado à Universidade Católica Portuguesa e os problemas no ensino da Educação Moral e Religiosa nas escolas públicas.
Quanto à regulamentação da Concordata, Carlos azevedo lamentou que não se tenham encontrado as vias de diálogo para que fosse prosseguida a adaptação à nova configuração jurídica das relações entre as duas partes. O prelado lembrou que só no dia 6 de Junho foram nomeadas as comissões paritárias e bilaterais para regulamentar o tratado.
a Concordata está a ser esquecida em benefício da lei da liberdade religiosa, um diploma que só se aplica às minorias existentes mas que não têm o peso da Igreja Católica na sociedade, considerou o porta-voz da CEP. actualmente há, uma minoria aguerrida de mentalidade laicista que prefere rejeitar a dimensão religiosa da sociedade até porque um Estado que respeite a realidade da nação tem de ter em conta a dimensão religiosa.