Vinte e quatro mil crianças trabalham no sector da agricultura em Portugal
Vinte e quatro mil crianças trabalham no sector da agricultura em Portugal a realidade, dizem os especialistas, é menos preocupante que no resto do mundo onde mais de 150 milhões de crianças são exploradas nos campos, segundo dados do PETI (Programa para a Prevenção e Eliminação da Exploração e do Trabalho Infantil, do Ministério do Trabalho e da Solidariedade Social) e da OIT (Organização Internacional do Trabalho).
Os menores em idade escolar que trabalham nos campos fazem-no ajudando a família em tarefas agrícolas, essencialmente de subsistência. Já a nível internacional, as crianças são exploradas em trabalhos forçados e perigosos e impedidos de frequentar a escola.
a maior parte do trabalho infantil na agricultura situa-se na região Norte, com maior incidência nos concelhos da zona do Tâmega, nomeadamente amarante, Felgueiras, Lousada, Paços de Ferreira, Paredes, Penafiel, Marco de Canavezes, Baião e Castelo de Paiva. as crianças têm entre 12 e 15 anos e este trabalho é não remunerado e realizado em explorações familiares.
Segundo os dados divulgados pelo PETI foram detectados 23. 696 menores a trabalharem na agricultura, cerca de 80 por cento dos quais trabalhavam menos de 15 horas por semana. São os outros vinte por cento que preocupam as organizações internacionais, ou seja, 4. 739, constituem verdadeiramente motivo de preocupação e devem ser objecto de medidas e políticas com vista à abolição do trabalho infantil.
O PETI adianta que nem todo o trabalho desenvolvido pelas crianças na agricultura é mau para elas. Tarefas adequadas à sua idade e que não interfiram com a sua escolarização e tempo livre podem constituir-se como parte integrante do seu crescimento rural. Conscientes que nunca será possível erradicar totalmente o trabalho infantil da agricultura, os especialistas defendem que se tente criar condições para que isso possa acontecer.