Quatro dias antes de ser assassinado, Ragheed Ganni lamentava a saída de sacerdotes do país
Quatro dias antes de ser assassinado, Ragheed Ganni lamentava a saída de sacerdotes do paísSó queria fazer-vos saber que rezo sempre por todos vós para que o Senhor os proteja de todo o mal. Foi com esta mensagem que o padre assassinado – na cidade iraquiana de Mossul, a 27 de Maio, domingo -, se dirigiu, quatro dias antes, à Fundação ajuda à Igreja que Sofre (aIS).
De acordo com uma nota divulgada pela aIS, Ragheed Ganni, de 34 anos, foi bolseiro da Fundação durante sete anos no angelicum de Roma, onde terminou os estudos de eclesiologia ecuménica.
O padre da Igreja caldeia insistia ser um um privilégio demonstrar que a Providência divina se revela através de pessoas humildes, cujo único objectivo é trabalhar pelo Reino de Deus seguindo o exemplo de Jesus.
Segundo a mesma fonte, a responsável pelo Iraque na aIS, Marie-ange Siebrecht, que confraternizou com Gianni, garante que são estes jovens sacerdotes que mantêm a esperança para a Igreja iraquiana, ao disporem-se a sacrificar-se pelo país. O próprio Ganni lamentava, na carta à Fundação, que muitos religiosos abandonassem o país, que tem assim uma crescente carência de padres, por causa da situação que se vive no Iraque ou para acompanharem o cada vez maior número de refugiados que procuram países vizinhos.
Recorde-se que Ragheed Ganni foi morto junto à igreja onde tinha celebrado momentos antes a eucaristia, juntamente com outros três diáconos que o acompanhavam, quando indivíduos armados bloquearam o carro onde seguiam e os obrigaram a sair da viatura, disparando depois. Os corpos permaneceram horas no local, até serem retirados, por medo de outros ataques, noticiou nesse dia a agência católica asianews.