a irmã Raffaelita Baravalle, italiana, missionária da Consolata comemora hoje, 22 de Maio, as Bodas de ouro de consagração religiosa
a irmã Raffaelita Baravalle, italiana, missionária da Consolata comemora hoje, 22 de Maio, as Bodas de ouro de consagração religiosaDas 24 que fizeram a profissão religiosa a 22 de Maio de 1957, 12 cumprem hoje as Bodas de ouro. a italiana missionária da Consolata é uma delas.
Há passos que não esquecem, como aqueles que levaram a religiosa, hoje com 70 anos, quando tinha 18 à entrada na vida religiosa. Dois anos depois de ter professado os votos perpétuos a jovem Raffaelita ruma a Moçambique, em missão, onde permaneceu 37 anos. Toda a minha vida foi lá, recorda. Foi bonito, complementa.
No primeiro tempo, leccionava no ensino secundário e depois tinha toda a parte de pastoral, preparação dos catequistas e catecúmenos, conta. Em agosto de 2007 completa quatro anos de presença em Portugal tendo vindo trabalhar para a missão ag gentes da Consolata em Portugal, o bairro do Zambujal. ali trabalha com um grupo de senhoras. Sinto-me realizada, revela.
Reúnem-se semanalmente e, apesar de há alguns meses estar impossibilitada de estar com elas, devido a uma queda que a faz andar de muleta, as senhoras continuam muito animadas. Dos trabalhos de crochet, tricot e outros fazem exposições. Os lucros revertem a favor de projectos.
Para mim foi uma experiência maravilha, no sentido que vamos resposta a um crescimento, a um melhoramento em todo o sentido. E nos vemos o progresso, a pouco e pouco. Raffaelita Baravalle considera que já há uma integração e a própria comunidade está a crescer, a amadurecer, tornando-se esta uma experiência muito rica.
37 anos em Moçambique
O momento mais alto desta experiência missionária que conta já 50 anos ao serviço da Consolação foi quando nos deixaram livres de escolher, entre ficar em Moçambique, no tempo da guerra ou voltar para a pátria. Foi um momento muito forte e que me marcou muito. Recorda ter pensado na parábola de Jesus que não abandona as ovelhas, e de ter sentido que deixar Moçambique naquele momento era abandonar a minha missão. E se a permanência em missão lhe trouxe muitas alegrias, foi também em Moçambique que viveu um dos momentos mais difíceis, quando fechámos a missão. Tinham raptado dois sacerdotes e o povo chorava, nos chorávamos e, o bispo obrigou-nos a fechar a missão porque era perigoso. Foi duro mesmo, confessa.
aos 70 anos de idade, a irmã Raffaelita Baravalle manifesta a serenidade e alegria para continuar na missão que Ele (Deus) me colocou. Sinto-me realizada, satisfeita, salienta. Para festejar estes 50 anos de fidelidade ao Senhor, a comunidade do Zambujal celebra uma eucaristia de acção de graças, a 27 de Maio, no centro comunitário.