a Human Rights Watch (HRW) e a organização angolana SOS Habitat acusam o governo angolano de despejar de forma violenta e quase sempre sem direito a indemnização, milhares de residentes pobres de Luanda
a Human Rights Watch (HRW) e a organização angolana SOS Habitat acusam o governo angolano de despejar de forma violenta e quase sempre sem direito a indemnização, milhares de residentes pobres de LuandaO relatório Eles partiram as casas: desocupações forçadas e insegurança da posse da terra para os pobres da cidade de Luanda, denuncia que os casos de abuso de poder terão acontecido desde o boom económico, após o fim da guerra civil em angola em 2002. Os despejos afectaram 20 mil pessoas, foram destruídas mais de três mil casas e o governo apropriou-se de muitos pequenos terrenos cultivados. Milhões de angolanos foram deslocados durante a guerra civil, mas desde então o Governo forçou milhares de outros a desocupar as suas casas na capital, afirma Peter Takirambudde, director da HRW para África. Segundo este responsável, o período pós-guerra resultou na na destruição de milhares de casas e em repetidas violações de direitos humanos.
O relatório apresenta ainda detalhes das acções de despejo, testemunhos de vítimas e denúncias de procedimentos aleatórios por parte das autoridades angolanas. Muitas pessoas cultivavam e viviam nestas terras há décadas; outras instalaram-se de acordo com o costume, com a autorização dos mais velhos. O governo nunca fez um processo formal de expropriação nem lhes deu a oportunidade de reclamar os seus direitos fundiários, refere Luiz araújo, Director da SOS Habitat.
O documento apela às autoridades que investiguem todas as alegações de utilização excessiva de força pela polícia e por funcionários públicos, bem como de todos os outros abusos de direitos humanos relacionados com os despejos forçados, e que assegurem que os responsáveis são levados à justiça. a HRW para África e a SOS Habitat defendem ainda que o governo deve proporcionar assistência urgente, incluindo realojamento, a todos os que foram afectados pelos despejos forçados e a indemnização adequada de todas as vítimas de despejos.