a resolução dos problemas sociais e económicos não pode colocar em causa a dignidade humana, defende o bispo do Porto
a resolução dos problemas sociais e económicos não pode colocar em causa a dignidade humana, defende o bispo do PortoOs intervenientes no processo de desenvolvimento, mesmo quando se tenha de proceder a grandes alterações, deslocações, substituições e dispensas no quadro das empresas e serviços, devem pensar em alternativas viáveis para todos os eventualmente afectados, tendo em conta as respectivas idades e famílias, assinalou Manuel Clemente.
Na nota pastoral emitida por ocasião do 25º aniversário da visita do Papa João Paulo II ao Porto, que hoje, 15 de Maio, se assinala, o prelado recorda as dificuldades da actual situação social e económica na região do Grande Porto, salientando o elevado desemprego, os novos surtos emigratórios, o abandono precoce da escola e os problemas ao nível da formação profissional.
Sentem-se desencantos e desmotivações em relação às perspectivas de vida, com reflexos negativos na constituição e sustento da vida familiar e na disponibilidade para a participação social criativa, salienta. Para o bispo diocesano, a dignidade da pessoa humana deve ser uma referência constante da análise que se faça e na solução que se procure.
O trabalho deve ser encarado como um bem social de primeira ordem. Por isso, as preocupações do estado e de uma sociedade realmente desenvolvidos passam por garantir trabalho, promover a habilitação escolar e profissional, desenvolver a formação contínua e obviar à ociosidade forçada.
Manuel Clemente manifesta a convicção de que as palavras proferidas há 25 anos por João Paulo II, na sua visita ao Porto, poderão iluminar muitos dos que, nas circunstâncias actuais da sociedade e da economia, não desistem de criar um futuro em que a humanidade seja o primeiro valor a garantir e promover.