Com o calor a apertar, o regime de Teerão (Irão) voltou a empreender, uma campanha de islamização do aspecto fí­sico, que não contempla apenas as mulheres, mas também homens
Com o calor a apertar, o regime de Teerão (Irão) voltou a empreender, uma campanha de islamização do aspecto fí­sico, que não contempla apenas as mulheres, mas também homensanteriormente, esta campanha era levada a cabo quando o termómetro desafiava as mulheres a usarem menos vestuário. Desta vez é permanente. ainda que o governo iraniano não indique números precisos, centenas de pessoas foram detidas, desde há uma semana, enquanto que mais de dez mil foram advertidas pelos Guardas da Revolução.
Um corte de cabelo mais ousado ou uma barba rasurada de forma mais caprichosa num homem podem suscitar uma repreensão policial grave ou remeter o atrevido directamente para o calabouço. Mas quem sofre as piores consequências são as mulheres iranianas, obrigadas a respeitar escrupulosamente o código de vestuário. Uma mulher vestida com chador (túnica que cobre todo o corpo, da cabeça aos pés) não pode entrar se usar um lenço que deixe à vista parte dos seus cabelos.
10. 159 pessoas foram advertidas, nos últimos dias, devido a estes maus comportamentos sendo a maioria esmagadora mulheres, contra apenas 67 homens, adianta o porta-voz da polícia de Teerão. 17 mulheres foram mesmo apresentadas a órgãos judiciais para serem julgadas.
O exame foi feito também a 866 lojas de vestuário de Verão, das quais 780 receberam advertências e 80 foram encerradas. Os causadores destas advertências ou de encerramentos foram vestuários que lá eram vendidos, mas também outros produtos pouco islâmicos, como cosméticos.
Para completar a campanha, um grupo de peritos, psicólogos e sociólogos reforçam as teses dos ayatholas (líder espiritual muçulmano) afirmando que as mulheres que não se vestem segundo o indicado sofrem de desordem mental, o que as leva a serem descrentes e a afirmarem a sua personalidade através de artifícios de beleza.