“Temos que fazer o possível, que não seja a paz dos cemitérios”, afirmou adriano Moreira, no colóquio “Diversidade cultural: Um desafio para a paz”
“Temos que fazer o possível, que não seja a paz dos cemitérios”, afirmou adriano Moreira, no colóquio “Diversidade cultural: Um desafio para a paz”O professor emérito da Universidade Técnica de Lisboa considera ser necessário ultrapassar a semântica e ver valores comuns às várias fés, em vista ao bem comum, da salvação da humanidade. Numa retrospectiva histórica em que lembrou algumas das situações de conflito no pós Segunda Guerra Mundial com a criação das Nações Unidas, na esperança de paz, adriano Moreira referiu logo as fragilidades existentes a partir daí. Por exemplo, o facto de todos terem subscrito textos redigidos por ocidentais em matérias como a família célula fundamental da sociedade. O único senão é que nenhum estava a dar o mesmo sentido à expressão (famílias monogâmicas, poligâmicas, endogâmicas). a queda do Muro de Berlim abriu, na perspectiva deste docente um vazio de poder. E logo aí se iniciaram outros conflitos: Europa contra Estados Unidos da américa. Mas o 11 de Setembro veio trazer ainda uma outra grande mudança. Já não se trata de conflitos entre estados, como antigamente, mas de grupos que desafiam o poder, que trabalham em rede, são autónomos e não têm territórios. E as guerras que travam têm, em última circunstância, argumentos religiosos.
Que fazer para alterar esta situação, quando o recrutamento é feito em revoltados, pessoas discriminadas, angustiadas, sem esperança. Não é a comunidade que intervém, é um pequeno grupo, questionou.
E por isso lançou um apelo à convergência dos líderes religiosos para uma acção conjunta em favor da paz. Uma política que acolha e integre os que imigram. Não é com arrogância que vamos resolver a questão mas com inteligência, razão e valores.