Lagoa das Sete Cidades foi um dos pontos de paragem da peregrinação a São Miguel | Foto: DR

A comunidade dos Missionários da Consolata de Águas Santas, no distrito do Porto, dinamiza mensalmente “Conversas sobre a fé”, uma iniciativa direcionada a amigos, voluntários e colaboradores desta congregação religiosa. No final da formação, realiza-se uma peregrinação: em 2024, um grupo de 25 pessoas visitou Roma e Assis; em outubro deste ano, 28 pessoas visitaram a ilha de São Miguel, nos Açores.

Maria Isabel Armada destaca a beleza do destino, num testemunho enviado à FÁTIMA MISSIONÁRIA. “Após a formação muito bem elaborada e enriquecedora, a peregrinação a São Miguel foi uma verdadeira bênção: nunca tinha visto um lugar tão belo. O Senhor criou um mundo cheio de beleza: realmente, estava ali uma obra das Suas mãos em todo o seu esplendor.”

Aprendizagem em viagem
Mesmo depois de um período formativo em Portugal Continental, Maria explica que os dias em São Miguel continuaram a ser momentos de aprendizagem. “Tivemos a sorte de ter um guia formidável na pessoa de Artemísio Nascimento, diácono em missão na sua terra natal, Vila Franca do Campo, que esteve sempre presente e amável, explicando detalhadamente a história dos lugares onde passávamos.”

O grupo teve a oportunidade de escutar um romeiro, isto é, uma pessoa que peregrina a locais religiosos para expressar a sua devoção. “Fiquei muito sensibilizada pela história dos Romeiros de Vila Franca do Campo, através do testemunho de Carlos Vieira, um romeiro e autor de um livro sobre os 500 anos desta tradição na sua vila”, recorda Maria Isabel.

A ida ao mosteiro de clausura das Clarissas chegou ao fim com um momento que ficará gravado na memória – “A visita terminou com um pequeno convívio entre o nosso grupo e as cinco religiosas que compõem aquela simpática e acolhedora comunidade” – lembra Maria. As monjas deram ainda resposta a “todas as perguntas e curiosidades” manifestadas pelo grupo de Águas Santas.

Filipe Barata afirma que a hospitalidade micaelense com que se depararam “deixou marca”, e os diversos momentos que compuseram a viagem contribuíram para o seu enriquecimento. “A experiência de retiro, oração e convivência deixou marcas profundas e abriu caminhos novos para viver a fé com mais verdade, simplicidade e entrega. Foram dias de comunhão, silêncio, beleza, partilha e reencontro”, sublinha Filipe.

Relações fortalecidas
Para Filipe, a viagem – que contemplou também uma visita ao Santuário do Senhor Santo Cristo dos Milagres – foi uma oportunidade para fortalecer as relações entre os membros do grupo. “A peregrinação foi um espaço de partilha fraterna. Entre caminhadas, visitas, refeições, conversas e encontros informais, foi crescendo um verdadeiro espírito de comunhão. Cada história, experiência e gesto de apoio reforçaram o sentimento de unidade e pertença.”

A felicidade de vencer o medo
Alexandra Rocha teve receio de partir. Deixar a sua casa era uma novidade, mas conseguiu vencer o medo. “Confesso que estava receosa por deixar a família por alguns dias, pois nunca o tinha feito, porém precisava de ter um tempo só para mim”, admite. As paisagens açoreanas fascinaram-na. “A ilha presenteou-nos com paisagens de cortar a respiração, com uma beleza fora do comum, onde senti uma paz profunda e uma tranquilidade que me permitiu encontrar-me comigo mesma, algo que não fazia há algum tempo.” A satisfação com a viagem faz Alexandra agradecer a quem a convenceu a partir. “Só tenho a agradecer a quem me incentivou a ir, pois foi uma viagem em que refleti sobre mim, sobre o que faço e devo fazer para dar sempre o melhor de mim aos outros.”

Filipe faz um balanço positivo. “A peregrinação não foi apenas um percurso físico, mas uma jornada transformadora que ajudou a mudar a vida de cada um de nós, fortalecendo a fé e a confiança em Deus. Cada um trouxe de volta não apenas memórias, mas também uma fé mais viva, um coração mais leve e uma vontade renovada de estar ao serviço dos outros.”

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