“Duas partes mostraram vontade em negociar” apesar dos pontos de vista “irreconciliáveis” entre Marrocos e a Frente Polisário
“Duas partes mostraram vontade em negociar” apesar dos pontos de vista “irreconciliáveis” entre Marrocos e a Frente PolisárioO Sara Ocidental pode ter uma janela de paz, apesar dos pontos de vista irreconciliáveis entre o Governo de Marrocos e a Frente Polisário. afinal, reconhece Peter van Walsum, enviado especial do secretário-geral das Nações Unidas para o território, as duas partes mostraram vontade em negociar.
a história do Sara Ocidental é muito próxima da de Timor-Leste, mas até hoje espera por um referendo que decida da sua autodeterminação. abandonado pela potência colonizadora, a Espanha, em 1975 (mesmo ano da invasão de Timor pela Indonésia) o território na costa africana, encravado entre Marrocos, a Norte, a Mauritânia, a Sul, e a argélia, a Leste, foi disputado pelos dois primeiros.
Se o Governo de Nouakchott depressa retirou a sua reivindicação, Rabat desde então ocupa o pedaço de terra sariano que diz ser seu. No início da década de 1990, uma ténue esperança de um referendo esbarrou na inflexibilidade marroquina, que colocou muitos problemas à preparação do acto referendário, com a deslocação de populações.
O futuro do território continua desde então numa encruzilhada. Este fim-de-semana, as Nações Unidas voltaram a anunciar as diferenças irreconciliáveis, mas Van Walsum diz-se esperançado numa janela de oportunidade para a paz. Esta janela é muito pequena, e pode ser facilmente fechada [durante] o processo. Pode continuar pequena se as partes começarem a focar-se nos pontos de vista irreconciliáveis ou pode ficar maior se encorajarmos as pates a centrarem-se no processo de negociações.
O Conselho de Segurança tem estado a decidir o futuro da Missão das Nações Unidas no território (Minurso, no acrónimo francês). O secretário-geral, Ban Ki-moon, pede no seu último relatório ao Governo de Rabat e ao movimento independentista para se sentarem à mesa sem condições prévias.