A missão das congregações religiosas em Timor-Leste atrai vocações religiosas naquele país. “As religiosas trabalham nas escolas, com os idosos, com os pobres, e com aqueles que precisam de ajuda. Também desenvolvem trabalho pastoral. Esse trabalho cativa muito as pessoas.” Estas palavras são da timorense Verónica Sousa, uma religiosa de 32 anos da Congregação das Irmãs Franciscanas de Nossa Senhora das Vitórias, natural da aldeia de Aihosan, no município de Ainaro.
Verónica está esta semana a participar no Curso de Missiologia, em Fátima, uma formação que visa formar missionários e que reúne cerca de 50 participantes. Entre a assembleia de formandos, destaca-se uma presença significativa de religiosas timorenses, que integram congregações como as Irmãs Concepcionistas ao Serviço dos Pobres, as Irmãs Dominicanas de Santa Catarina de Sena, e as Irmãs Franciscanas de Nossa Senhora das Vitórias.
A irmã Verónica aterrou em Portugal em dezembro de 2024, para fazer um ano de preparação para os seus votos perpétuos. A ausência de vocações religiosas na Europa entristeceu-a. “Na nossa congregação, não há jovens religiosas de Portugal. As irmãs portuguesas têm todas idade avançada. Não há nenhuma irmã portuguesa jovem. As irmãs jovens desta congregação são de Timor, Filipinas, Congo, Moçambique e Tanzânia. Da Europa não há jovens. Isto preocupa-me. Eu gostava muito de ter jovens da Europa na congregação, e gostava que conseguíssemos criar uma ligação. Com jovens religiosas de Portugal poderíamos também a aprender a cultura portuguesa, a língua, e seria mais fácil para entender as pessoas daqui. Portugal levou o cristianismo para Timor. Partiu daqui, mas não temos na congregação jovens daqui. Para mim, é uma tristeza. Gostaria de ter.”
A falta de uma assembleia expressiva de fiéis nas igrejas também deixou Verónica entristecida. “Portugal tem muitos fiéis, é um país muito desenvolvimento, tem igrejas muito bonitas, mas estão vazias, com pouca gente. Em Timor a igreja é muito simples, mas está cheia de gente: crianças, jovens e velhinhos. Lá as pessoas participam muito na vida da Igreja. Em cada domingo, as capelas e igrejas têm muita gente. Pelo que aqui vi, em Portugal há menos gente a participar.”
A jovem religiosa vai regressar Timor já na próxima sexta-feira, dia 29 de agosto. Depois de professar os seus votos perpétuos, dia 22 de novembro, Verónica vai dedicar-se à sua área de formação – o ensino básico. “Depois da festa da profissão perpétua eu vou ficar em Timor a ajudar no Centro Educativo Mary Wilson, que tem duas valências: ensino pré-escolar e ensino básico”. “Ser religiosa é uma vocação interior, que eu sinto. Deus chamou-me através desta congregação, para anunciar a Palavra para os outros e ajudar a entregar aos outros alegria e amor”, afirma a jovem religiosa, que tem sempre presente o lema da irmã Mary Jane Wilson, fundadora da congregação a que pertence – “Façamos todo o bem que nos é possível.”








