Eventuais novas regras devem ser compatí­veis com os Objectivos do Milénio para reduzir pobreza para metade
Eventuais novas regras devem ser compatí­veis com os Objectivos do Milénio para reduzir pobreza para metade a liberalização do comércio internacional pode prejudicar em vez de ajudar os países mais pobres. O alerta consta do relatório anual da Organização das Nações Unidas para a alimentação e agricultura (FaO, na sigla inglesa). Os países mais pobres só poderão beneficiar das actuais negociações se lhes for garantido espaço para proteger as suas necessidades básicas na alimentação e de desenvolvimento.
O documento sobre a transacção de mercadorias, divulgado esta quinta-feira em Genebra, afirma que os governos que participam em Doha, capital do Qatar, nas negociações sobre o comércio internacional, devem assegurar que eventuais novas regras que venham a ser estabelecidas sejam compatíveis com os Objectivos do Milénio para o Desenvolvimento, que estabelece como prioridade a redução da pobreza extrema para metade em 2015.
Os países desenvolvidos são os que terão mais benefícios com uma liberalização total do sistema de comércio à escala mundial, como preconiza a Organização Mundial do Comércio e alguns desses países. Outros países em desenvolvimento estão também a ficar mais competitivos, com o risco de deixarem para trás muitos que não consigam resistir à desprotecção total da sua agricultura.
Muitos países, em particular na África subsariana, estão menos bem colocados para ganhar no curto e médio prazo com a liberalização comercial, lê-se no relatório, em particular os que dependem dos seus produtos agrícolas para apoiar o desenvolvimento e reduzir a pobreza.