As três religiosas portuguesas em missão em Memo, juntamente com a superiora-geral (segunda da dta.). Foto: Direitos reservados

É mais uma conquista para as irmãs Reparadoras de Nossa Senhora de Fátima em Timor-Leste: acaba de ser inaugurado o primeiro laboratório de análises clínicas de Memo, na diocese de Maliana, cerca de 150 quilómetros a sudoeste da capital Dili. A nova estrutura, que recebeu o nome do jurista e professor português Henrique Curado, representará um reforço significativo nos cuidados de saúde prestados à população local.

A congregação conta atualmente com três religiosas portuguesas em missão em Memo, ao serviço de dois projetos principais: a Clínica Madre Celina dos Santos, inaugurada em julho de 2020, que integra agora o novo laboratório, e o Centro Social Padre Manuel Nunes Formigão (CS PMNF), a trabalhar na área da educação e da pastoral há dez anos.

A clínica, com protocolo estabelecido com o governo timorense, conta com uma equipa médica e de enfermagem local, além do serviço de voluntários. A congregação, sob a coordenação da irmã Cristina Macrino, enfermeira, faz ainda serviço de ambulatório.

“Tem sido fundamental a generosidade de médicos e outros profissionais de saúde voluntários, sobretudo de portugueses, mas não só; ainda recentemente lá tivemos uma médica italiana a colaborar conosco”, destaca a irmã Armandina Neto, superiora-geral da congregação, citada no comunicado enviado ao 7Margens.

“Em Timor, muitas vezes temos de trabalhar ao contrário: criamos primeiro as estruturas físicas e conseguimos os equipamentos necessários e só depois conseguimos da parte das entidades os profissionais para os serviços respetivos, mas o importante é que sempre vamos conseguindo”, assinala a irmã Armandina.

Para breve, está prevista a edição de um livro com testemunhos de voluntários que passaram pela missão da congregação em Timor nos últimos anos, nas diferentes vertentes de serviços, anuncia a religiosa.

Apesar do entusiasmo e dedicação, os desafios na missão em Timor permanecem, assim como permanecem os desafios da população local. Entre estes, a superiora-geral destaca a precariedade das infraestruturas rodoviárias como um entrave ao desenvolvimento. “Imagine um problema de saúde grave. Mesmo que conseguíssemos uma ambulância, os caminhos são impraticáveis. Uma viagem equivalente a Lisboa-Porto pode demorar mais de quatro horas. E, como na saúde, outros aspetos da vida das pessoas são prejudicados pelas dificuldades de deslocação de pessoas e bens”, lamenta a irmã Armandina Neto

Fundada em 1926, a Congregação das Irmãs Reparadoras de Nossa Senhora de Fátima prepara-se para celebrar o seu centenário em 2026. Com a casa provincial em Fátima, desenvolve projetos educativos, sociais e pastorais em Portugal, Moçambique, Angola e Timor-Leste, neste país também a trabalhar na área da saúde.

Texto redigido por 7Margens/Agência Ecclesia, ao abrigo da parceria com a Fátima Missionária.