“Porque o silêncio não é neutro” e “porque cada gesto conta”, professores, estudantes e trabalhadores técnicos, administrativos e de gestão da Universidade do Minho (UM) promovem este sábado, 21, na zona central de Braga, uma ação pública em solidariedade com a Palestina e os palestinianos. Os participantes são convidados a vestir t-shirts vermelhas ou a pintar as mãos da mesma cor, “em sinal de protesto e denúncia”.
A manifestação a ter lugar no Largo do Paço a partir das 18h00, é promovida e organizada pelo Grupo de Reflexão e Contacto pela Palestina da UM e é alargada à participação de todas as pessoas da cidade e da região, que desejem exprimir essa solidariedade.
“A catástrofe humanitária vivida pelo povo palestiniano e o silêncio cúmplice das autoridades portuguesas e europeias perante o genocídio em curso na faixa de Gaza” estão na origem desta iniciativa, segundo refere uma mensagem enviada pelos organizadores à comunicação social.
A mesma mensagem refere que a ação visa “romper com a indiferença e apelar à consciência coletiva”. Simbolicamente, além das t-shirts e mãos de vermelho, os participantes são ainda convidados, “em sinal de protesto e denúncia”, a usar objetos (por exemplo, tachos) que evocam a fome e as dezenas de milhares de crianças palestinianas já mortas.
Do grupo dinamizador fazem parte estudantes, professores e funcionários de todas as escolas da academia minhota. “Juntos, recusam o conformismo e exigem uma tomada de posição firme e urgente por parte dos representantes dos órgãos de soberania portugueses, na defesa intransigente dos direitos humanos e da dignidade da vida humana”.
Poder-se-ia pensar que a frente de guerra que Israel desencadeou no último dia 13 contra o Irão, que levou os media e a opinião pública a concentrar aí as atenções, poderia significar alguma acalmia em Gaza. Pelo contrário: o genocídio e extermínio que Israel aí vinha a fazer tem continuado, nomeadamente nos escassos pontos em que têm sido distribuídos alimentos, agora com os países ocidentais, que começavam a dar sinais de preocupação por causa de Gaza, alinhados ao lado de Netanyahu, contra o Irão.
Nesta quinta-feira, bombardeamentos israelitas deixaram pelo menos oito mortos e mais de 60 feridos quando as pessoas esperavam pela entrega de alimentos em Wadi Gaza, no centro do território. Noutro ponto do território, veículos militares drones israelitas atacaram cidadãos palestinianos que aguardavam também ajuda humanitária, como a SIC noticiou.
Desde que a organização Fundo Humanitário de Gaza (GHF), criada por Israel e apoiada pelos EUA (e criticada pelas organizações de distribuição de ajuda), começou a operar em Gaza há cerca de três semanas, morreram já quase 400 pessoas nas filas de comida. O que originou já a expressão “Os mártires da fila do pão”, como refere o Público (ligação exclusiva para assinantes).
Texto redigido por 7Margens, ao abrigo da parceria com a Fátima Missionária.