A Eucaristia da 35ª Peregrinação da Família Missionária da Consolata a Fátima aconteceu na tarde deste sábado, 22 de fevereiro, na Basílica da Santíssima Trindade, e foi alegremente animada pelo Chorus, um grupo coral que reúne jovens do Norte de Portugal, ligados aos Missionários da Consolata. O momento do ofertório levou todos os peregrinos a concentrarem os seus olhares no corredor central da basílica, para podem contemplar um grupo de jovens ligados aos Missionários da Consolata a executarem uma dança tradicional africana. Durante este e outros cânticos, vários deles africanos, era possível observar alguns peregrinos a mexer o corpo e a bater o pé ao ritmo das músicas que estavam a ser entoadas. “Uma missa assim é diferente. É mais bonita e alegre”, disseram à FÁTIMA MISSIONÁRIA duas peregrinas do Cacém – Teresa Chambel e Adelaide Soares, de 61 e 65 anos, respetivamente.
A Peregrinação da Consolata contou com a habitual presença de pessoas que vivem sem-abrigo, e que são apoiadas pelo grupo dos ‘Solidários Missionários da Consolata’, na região do Porto. Estas pessoas foram especialmente lembradas nas preces das orações dos fiéis, assim como o Papa Francisco e os missionários jubilares deste ano: a irmã Maria Ivani de Moraes, que faz 50 anos de consagração religiosa, o padre José Tavares Matias, que celebra 60 anos de consagração religiosa, o padre Pietro Plona, que assinala 50 anos de ordenação sacerdotal, e o padre Luís Marques Brito, que cumpre 60 anos de ordenação sacerdotal.
A presidir a esta eucaristia esteve Osório Afonso, Missionário da Consolata e bispo auxiliar de Maputo, em Moçambique, que deu conta do esforço da congregação para contribuir para um mundo melhor. “Mais do que num instituto, nós, missionários, vivemos e trabalhamos juntos como uma família para tentar transformar também este nosso mundo numa comunidade fraterna de irmãos e irmãs. E somos convidados a redescobrir que precisamos de relações sociais e também de relações comunitárias com Deus. Longe de aumentar a desconfiança e a indiferença, esta condição deveria tornar-nos mais atentos ao modo como nos relacionamos com os outros. E a oração, na qual Deus toca e move os nossos corações, abre-nos às necessidades de amor, dignidade e liberdade dos nossos irmãos e irmãs, bem como ao cuidado de toda a criação”, disse o prelado.
O Missionário da Consolata e bispo auxiliar de Maputo referiu que “o coração do cristianismo é um anúncio de salvação e de amor que quer chegar, antes de mais, aos mais necessitados”, sendo que “os cristãos são chamados a participar ativamente neste anúncio”. Para o prelado, “a fé torna-se credível se for capaz de não se afastar da dor, sua e dos outros”.
Após a Eucaristia, os peregrinos partiram em procissão para a Capelinha das Aparições, onde teve lugar a saudação e consagração a Nossa Senhora de Fátima. Este momento foi presidido por Michelangelo Piovano, vice-superior geral do Instituto Missionário da Consolata. Neste momento conclusivo, os peregrinos foram convidados a serem construtores da paz, a partir do exemplo de São José Allamano, fundador dos Missionários e Missionárias da Consolata – “A santidade de Allamano impulsiona-nos a sermos também santos através de uma vida de oração, de serviço e de doação sem medida e trabalhar pela justiça e pela paz” – proferiu o padre Michelangelo, procedendo de seguida à bênção dos objetos e à bênção final.