Bairro azul anima-se com as vestes coloridas e brancas dos fiéis muçulmanos que se dirigem às orações
Bairro azul anima-se com as vestes coloridas e brancas dos fiéis muçulmanos que se dirigem às oraçõesÀ hora da oração, o canto da chamada não irrompe pela cidade, como se ouve em Istambul, Meca ou mesmo em Maputo. É discreto o chamamento, num contraste com o bulício da cidade que quase corre indiferente e com o colorido e o branco das vestes dos crentes que percorrem as ruas do Bairro azul, na direcção da Mesquita de Lisboa.
a Comunidade Islâmica de Lisboa (CIL) concretizou em 1985 o sonho de ver uma mesquita própria para o culto. Quase 20 anos antes, em 1966, uma comissão interreligiosa (de cinco muçulmanos e cinco católicos) tinha pedido à Câmara Municipal a cedência de um terreno para a construção de uma mesquita.
Criada em 1968, a CIL era constituída por um grupo de jovens estudantes muçulmanos, vindo das então colónias para estudar em Portugal. Hoje em dia, a vaga de imigrantes de origem paquistanesa e indiana fez diversificar as gentes que se dirigem às horas certas das orações – Fajr, o Nascer do Sol, Zhor, assar, o Ocaso, Maghrib e Isha.
Mas só o 25 de abril tornou possível o avanço do projecto do templo: em 1977, foi aprovada a cedência do terreno, em 1979 foi colocada a primeira pedra. a 29 de Março de 1985, é inaugurada a primeira fase de construção da Mesquita de Lisboa. Em 2001, a autarquia da capital atribuiu à artéria que passa em frente ao templo o nome de Rua da Mesquita, uma proposta da CIL. De tipo oriental com sala de oração ampla, dominada por uma cúpula, e minarete com rampa exterior, o projecto de arquitectura tem a assinatura dos arquitectos antónio Braga e João Paulo da Conceição.
No próximo sábado (dia 31 de Março no calendário gregoriano), que é o dia 12 de Rabi al-awwal, terceiro mês do calendário muçulmano, assinala-se o nascimento do profeta Muhammad (Maomé).