Simona Brambilla, prefeita do Dicastério para os Institutos de Vida Consagrada e as Sociedades de Vida Apostólica, José Tolentino Mendonça, cardeal e prefeito do Dicastério para a Cultura e a Educação, e António Spadaro, sacerdote jesuíta e subsecretário do Dicastério para a Cultura e a Educação, estiveram reunidos com um grupo de comunicadores portugueses

Comunicadores de todo o mundo encontram-se em Roma para participarem no Jubileu do Mundo das Comunicações que começa esta sexta-feira, 24 de janeiro, e se estende até domingo, dia 26. Portugal está a fazer-se representar com um grupo de mais de quatro dezenas de comunicadores que na manhã desta sexta-feira participaram num diálogo sobre o tema “Francisco: um pontificado da esperança”, promovido pela Conferência Episcopal Portuguesa.

A sessão teve lugar no Dicastério para a Cultura e para a Educação, e contou com a participação de José Tolentino Mendonça, cardeal e prefeito do Dicastério para a Cultura e a Educação, um organismo da Cúria Romana que atua em matérias de educação e cultura. Interveio também Simona Brambilla, Missionária da Consolata e prefeita do Dicastério para os Institutos de Vida Consagrada e as Sociedades de Vida Apostólica, assim como António Spadaro, sacerdote jesuíta e subsecretário do Dicastério para a Cultura e a Educação.

Na sua intervenção, Tolentino Mendonça frisou que, habitualmente, “os jornalistas assistem, interpretam e dão a notícia de coisas que outros vivem”. No entanto, este Jubileu coloca os jornalistas “como protagonistas”. O cardeal português disse acreditar na existência de “um sopro de novidade, no magistério de Francisco”, e destacou a “força das imagens novas”, em que o Papa foi o protagonista, dando como exemplo o que aconteceu durante a pandemia, onde foi possível ver Francisco sozinho, na Praça de São Pedro, enquanto chovia.

O responsável católico sublinhou o papel que a Igreja assume em diversas partes do mundo com uma “credibilidade muito ampla”, de que é exemplo o setor da educação. “Há uma rede de confiança, uma rede de serviço que a Igreja desenvolve e é fundamental”, apontou. Tolentino Mendonça afirma que este é um magistério que tem conseguido “injetar esperança”.

A propósito do Papa Francisco, a irmã Simona destacou algumas das suas características como a “ternura, proximidade, coragem e fortaleza”, que o tornam numa pessoa que “torna concretos os valores”. Quando questionada pelos jornalistas sobre o facto de ser a primeira mulher prefeita do Vaticano, Simona Brambilla admitiu que a sua nomeação “teve uma repercussão meditática”, mas esclareceu que foi “um passo em linha com o processo sinodal da Igreja”, que tem envolvido “escuta e diálogo”. A religiosa disse que esta nomeação tem também uma “dimensão simbólica”. Uma vez que uma boa parte das pessoas consagradas são mulheres, “é normal a representação das mulheres”. A existência de homens e mulheres em condições de liderança na Igreja é também uma forma de “promover a harmonia”, apontou. A propósito o Ano Santo Jubilar, a Missionária da Consolata frisou que “Jubileu é peregrinação, é caminhar, é movimento e é conversão.”

António Spadaro falou do Papa Francisco como alguém “sempre disponível para o diálogo”, tanto no plano geopolítico como a nível das Igrejas cristãs, considerando que este é o “único líder religioso com quem todos podem falar”. O programa oficial do Jubileu do Mundo das Comunicações conta com momentos culturais e espirituais, uma Peregrinação à Porta Santa da Basílica de São Pedro, um encontro com o Papa Francisco, uma Eucaristia presidida pelo Santo Padre, e uma Missa internacional por ocasião da festa de São Francisco de Sales, patrono dos escritores e dos jornalistas, que acontece ao final da tarde desta sexta-feira, 24 de janeiro.