Desconhece-se ainda o número de mortos devido à tragédia do paiol do bairro periférico de Malhazin, em Maputo. Recolhem-se os engenhos dispersos ainda por explodir
Desconhece-se ainda o número de mortos devido à tragédia do paiol do bairro periférico de Malhazin, em Maputo. Recolhem-se os engenhos dispersos ainda por explodirSexta-feira, 23 de Março, foi preenchido pela recolha dos corpos que ainda se encontravam dispersos nos bairros à volta do paiol. O cômputo do número oficial dos mortos vai aumentando. Esperamos que mais tarde se possa vir a saber o custo aproximado desta tragédia em vidas humanas.
Muitos engenhos explosivos, de calibres variados, não explodiram e encontram-se espalhados por todo o lado. Os militares têm-se ocupado da tarefa da recolha, de modo a evitar mais desgraças. É evidente a preocupação de aliviar a situação precária dos sobreviventes. Há inclusive uma equipa de psicólogos que se prestam para o acompanhamento das famílias. Os meios para esta tarefa estão muito aquém das necessidades.
as perdas em vidas humanas e feridos impressionam mais porque tiveram lugar numa área geográfica bastante limitada. Impressionante também é a destruição das estruturas: casas de habitação, escolas, o antigo hospital psiquiátrico dos Irmãos de São João de Deus, unidades industriais e comerciais, uma mesquita. Nada escapou à fúria devastadora da guerra , cuja única estratégia era apenas a força bruta, cega e assassina impressa pela técnica humana nos vários tipos de engenhos explosivos.
Quem olhar para a quantidade dos urbanística danificados ou destruídos por completo é levado a imaginar que terá sido ainda mais elevada, do que foi na realidade, a perda de vidas humanas. Esta impressão tem o seu fundamento. Quando as pessoas se deram conta do que estava a acontecer procuraram a salvação na fuga para longe daquele inferno. Mas o ventre do arsenal continuou a vomitar, por longas horas ainda, projécteis de todos os calibres que iam agora atingir, ao acaso, imóveis, felizmente já vazios.
Uma parte da opinião pública e alguns meios de comunicação social continuam a apontar a negligência como causa principal e remota do sucedido. Quando é que os responsáveis pelas sortes deste mundo ganham juízo e deixam de fabricar estes horríveis instrumentos de morte!?