O representante da aliança Evangélica Portuguesa na Comissão da Liberdade Religiosa considera a proposta do Ministério da Saúde de regulamentação da assistência religiosa nos hospitais, “pouco inovadora”
O representante da aliança Evangélica Portuguesa na Comissão da Liberdade Religiosa considera a proposta do Ministério da Saúde de regulamentação da assistência religiosa nos hospitais, “pouco inovadora”Na minha perspectiva, (o diploma) vem apenas dar uma redacção nova ao sistema legal que temos. Vai ficar tudo na mesma, disse à agência Lusa, o representante da aliança Evangélica Portuguesa na Comissão da Liberdade Religiosa, Fernando Soares Loja. Este responsável alerta ainda para a existência de dificuldades de acesso aos hospitais pelos ministros de culto de confissões religiosas não católicas. Este (acesso) devia ser mais aberto, defende. Isto porque não é difícil provar que uma igreja está inscrita e que determinada pessoa é ministro de culto dessa igreja.
Soares Loja fala de discriminação existente no actual sistema, dado que os ministros de culto ou são barrados à entrada dos hospitais ou estão dependentes da intervenção dos capelães católicos. O que significa uma certa tutela dos capelães da Igreja Católica em relação aos ministros de culto de outras confissões.
O coordenador nacional das mais de 100 capelanias hospitalares portuguesas, padre José Nuno defendeu a necessidade de mudar o sistema vigente. Há ministros de culto de diferentes igrejas, e mesmo padres católicos, que são impedidos de entrar em alguns hospitais para prestar assistência a doentes. Estão a ser obrigados a entrar nos períodos reservados a visitas, a altura menos apropriada para o recolhimento espiritual, salientou.
Tudo ficará mais claro quando a regulamentação sair, considera este responsável. O acesso ao doente já não ficará à mercê das administrações hospitalares. O padre José Nuno manifesta -se confiante na aprovação de um texto final que respeite a dimensão espiritual e religiosa da prática de cuidados de saúde.