Igreja está a recolher provas sobre crimes de guerra e o “genocídio” cometido contra os sérvios durante o conflito
Igreja está a recolher provas sobre crimes de guerra e o “genocídio” cometido contra os sérvios durante o conflito a Igreja ortodoxa sérvia está a recolher provas sobre crimes de guerra e o genocídio cometido contra os sérvios da Bósnia, durante a guerra de 1992-1995. O objectivo é mostrar à Europa, argumentam os responsáveis por esta iniciativa, que não há um só culpado neste conflito. Todas as comunidades bósnias sofreram durante a guerra, defende o padre Momir Vasiljevic.
Será uma documentação objectiva sobre os crimes [de guerra] e o genocídio cometido contra o povo sérvio na Bósnia, argumenta Vasiljevic, em declarações à aFP. Para estabelecer a verdade sobre os alegados crimes, a Igreja ortodoxa sérvia constituiu uma comissão, que procurará ainda identificar a destruição dos lugares de culto ortodoxos.
O objectivo da Igreja não é condenar nem julgar quem quer que seja. Há instituições neste país com essa função, argumenta o sacerdote, que é também membro da comissão. Fazêmo-lo para que a opinião pública e a Europa compreendam que é absurdo falar de culpabilidade [de crimes de guerra] somente de um povo. E acrescenta que as comunidades sérvia, croata e muçulmana sofreram todas com o conflito.
apesar da paz e da recuperação económica, a Bósnia-Herzegovina é hoje uma manta de retalhos, no seu território, com desconfianças e acusações mútuas sobre os anos da guerra. a 26 de Fevereiro, o Tribunal Internacional de Justiça (TIJ) das Nações Unidas considerou que a Sérvia não cometeu um genocídio contra a Bósnia durante a guerra de 1992-1995, mas também que nada fez para impedir a morte de oito mil pessoas no enclave de Srebrenica, em Julho de 1995. a Sérvia não cometeu genocídio através dos seus órgãos ou pessoas na Bósnia, decidiu o TIJ.
a guerra terminou com um saldo de 200 mil mortos e cerca de dois milhões de refugiados e deslocados. O Governo de Sarajevo exigia uma indemnização à Sérvia pelo conflito de três anos. a decisão do TIJ descartou essa possibilidade. Do lado sérvio, as autoridades garantem que mais de 2500 civis da comunidade foram mortos durante a guerra por forças muçulmanas, na capital, Sarajevo.