a paquistanesa Mukhtar Mai e o padre dehoniano, holandês, Francisco Van Der Hoff receberam hoje, 19 de Março o prémio XII Prémio Norte-Sul, do Conselho da Europa
a paquistanesa Mukhtar Mai e o padre dehoniano, holandês, Francisco Van Der Hoff receberam hoje, 19 de Março o prémio XII Prémio Norte-Sul, do Conselho da EuropaOs laureados são bem o exemplo deste desenvolvimento mais justo, equilibrado e sustentável, objectivo que compete a cada pessoa promover, independentemente das funções que desempenha , afirmou o presidente da República, durante a entrega do prémio.
Todas as mulheres querem a igualdade de direitos , afirmou a paquistanesa de 34 anos, ao receber o prémio. Em 2003 fundou a Mukhtar Mai Women Welfare Organization, com o objectivo de erradicar a violência, discriminação, pobreza e de apoio a mulheres vítimas de violência.
Um ano antes, e devido a uma acusação contra o irmão de 12 anos, foi vítima de violação colectiva. Mukhtar protestou e conseguiu levar o caso ao tribunal oficial do Paquistão e conseguiu ser ouvida. Os seis homens responsáveis foram condenados.
Com a indemnização que recebeu construiu uma escola, com o apoio de várias organizações que lutam pelo direito das mulheres. actualmente a escola tem 160 rapazes e 200 raparigas.
O outro laureado é o padre Francisco Van Der Hoff, 68 anos, devoto da causa do comércio justo. Trabalha na região de Tehuantepec, no México, com o povo indígena produtor de café. Sacerdote dehoniano fundou a associação Max Havelaar e a marca comércio justo. Já recebeu um doutoramento honoris causa da Universidade Católica de Lovaina e foi promovido pelo presidente francês Jacques Chirac ao grau de Cavaleiro da Legião de Honra.
Van Der Hoff dedicou o prémio, que recebeu das mãos do presidente da República portuguesa aos indígenas que o ensinaram a caminhar o caminho da vida . Para o sacerdote holandês a descontrolada acumulação de riqueza é uma ameaça do mundo moderno muito maior do que a pobreza .
O Centro Norte-Sul já atribuiu 24 prémios desde 1995. O prémio que atribui visa distinguir anualmente duas personalidades, sempre uma mulher e um homem, que se tenham destacado na defesa dos direitos humanos.