Combatentes, não raro escravas sexuais e rejeitadas por suas comunidades, elas são meninas-soldado, vítimas esquecidas neste drama
Combatentes, não raro escravas sexuais e rejeitadas por suas comunidades, elas são meninas-soldado, vítimas esquecidas neste drama Nós nunca pensamos nas meninas. São elas que são as mais mal-tratadas nos exércitos e são as mais difíceis de reinserir nas comunidades , frisou Liliane andré, da Federação internacional da Terra dos Homens durante a Conferência de Paris, quando representantes de 58 países se comprometeram a adoptar medidas para evitar o recrutamento e actuar para a inserção dessas crianças nas comunidades.
Mas o que ninguém parece ver é que 40 por cento destes 250 mil crianças-soldado no mundo, são meninas. Elas desempenham papéis variados, no âmbito dos exércitos e grupos armados, entre eles o de mulher , ou seja, de escravas sexuais dos soldados.com muita frequência também, essas meninas empunham armas, para participar dos combates , assinala Filippo Ungaro, da associação Save the children .
Já que se trata de um fenómeno diferente , é necessário tomar medidas diferentes para ajudar a reintegração das meninas, explicou à associeted France Press, Radhika Coomaraswamy, representante especial do secretário-geral da ONU para Crianças e Conflitos armados.
De volta às suas comunidades, as meninas descobrem que suas próprias famílias não as consideram mais como suas filhas porque foram violadas e em alguns casos tiveram filhos de comandantes inimigos. Não aceites pelas famílias, muitas vezes, optam por ficar com os torturadores.
O responsável pela Save the children afirma que seria necessário descobrir uma forma de mediação cultural com as comunidades de origem das meninas, para compreender que elas, na verdade, são vítimas. Elas deveriam receber cursos de formação profissional, ser inseridas no sistema escolar, enfim, seria necessário predispor toda uma série de actividades que ainda não existem .
The Voices of Girl Child Soldiers é um retrato da realidade das meninas-soldado. Trata-se de um estudo no qual são incluídas entrevistas com 23 meninas e confronta a realidade da infância durante um conflito armado. O relatório que pode ser lido em livro é uma edição da associação Save the children a propósito da realidade da Colômbia.