Cerca de 200 jovens ligados aos Missionários da Consolata participam numa vigília na noite desta sexta-feira, 16 de fevereiro, nas instalações daquela congregação religiosa em Fátima. A iniciativa decorre no âmbito da 34.ª Peregrinação da Família Missionária da Consolata a Fátima, que acontece este sábado, dia 17. O encontro dedicado aos jovens contempla um conjunto de dinâmicas, incluindo uma deslocação à Capelinha das Aparições.

Música com mensagem

Conforme já vem sendo habitual na noite que antecede a Peregrinação da Consolata, os jovens envolvidos na organização desta jornada assistem ao concerto da banda “Os Discípulos de Fátima”, um projeto musical existente desde 2017, com o propósito de dar a conhecer a Palavra de Deus através da música. As letras das músicas desta banda são conhecidas por transmitir aos mais novos uma mensagem de esperança e de alento.

Reconstrução de espaço educativo

A vigília é também uma ocasião para dar a conhecer aos jovens a campanha ‘Arte de bem fazer’, o projeto anual dos Missionários da Consolata em Portugal para 2024, que tem como propósito angariar fundos para a reabilitação de um anfiteatro em Massangulo, Moçambique. Ao longo de gerações, aquele anfiteatro “serviu como espaço de intercâmbio cultural, foi um local de diálogo inter-religioso e de cultivo dos dons e talentos dos mais jovens”, mas “desde há muito, que se encontra em total declínio e abandono”, explicou João Nascimento, sacerdote missionário da Consolata presente em Moçambique, por ocasião do lançamento do projeto.

Testemunho missionário

Ainda nesta noite, os mais novos têm a oportunidade de escutar o testemunho de Graça Lameiro, religiosa missionária da Consolata, antiga Superiora Regional das Missionárias da Consolata na Colômbia-Venezuela, e que esteve em missão na Colômbia. Num testemunho anteriormente prestado, a propósito do Dia Mundial das Missões, a irmã Graça Lameiro falava com emoção da sua missão na Colômbia, para onde partiu em 2006. “Acolher um mandato missionário é algo extraordinário. É firmar uma folha em branco. É deixar que outros decidam onde vais viver e o que vais fazer. De ti depende somente eleger o modo, a cor e a música que caracterizam a tua existência. Esta é a minha vida! Não pedi e nunca sonhei ir partilhar o que sou e a minha fé nessas longínquas terras do sul da Colômbia. Não sabia que existia um Puerto Leguizamo. Nunca tinha ouvido falar de Kichwas, Secoyas, Koreguajes, Uitotos o Sionas. Mas… a missão é o milagre do encontro, da descoberta de Deus que se revela em cada povo, em cada língua e em cada história.”

No seu depoimento, a irmã falava dos desafios encontrados. “Há alguns anos que vivo na Amazónia colombiana, compartilhando os sonhos, os desafios e as imensas dificuldades dos povos que a habitam. Navegando horas, dias e semanas pelos rios e riachos e assim poder chegar até às comunidades sedentas do anúncio e da celebração do amor e misericórdia de Deus. Uma missão itinerante, porque não podemos ficar em casa quando lá longe há irmãos e irmãs que almejam conhecer e amar mais a Jesus. Uma itinerância não só geográfica, mas principalmente cultural, porque em cada momento sou chamada a sair de mim, dos meus esquemas e modo de pensar para entrar dentro de uma outra cosmovisão, um outro modo de ver o mundo, as relações e a espiritualidade.”