Jornalista desvela perplexidades vaticanas sobre o primeiro lugar francês na Europa no número de nascimentos
Jornalista desvela perplexidades vaticanas sobre o primeiro lugar francês na Europa no número de nascimentosComo pode um país tão secularizado como a França atingir o primeiro lugar da Europa no número de nascimentos? a interrogação é dirigida insistentemente, por bispos, padres ou leigos, à jornalista Isabelle de Gaulmyn, correspondente do jornal católico francês La Croix em Roma, que a trouxe ao seu blogue Visto de Roma [https://blog. la-croix.com/rome/].
Para a repórter francesa, esta pergunta esconde outra, que preocupa muito mais os corredores vaticanos: Porque é que a Itália católica está no último lugar no número de crianças por mulher? Ou seja, como pode a nação mais praticante da Europa ocidental recusar-se a ter filhos?
a jornalista ensaia algumas possíveis, mas que nunca satisfaz plenamente – sinto-o bem, desabafa. Para Isabelle de Gaulmyn, em França é possível trabalhar e ter um filho, pelos sistemas de ajuda às crianças, pelos apoios fiscais às famílias numerosas, ajudas específicas a partir do terceiro filho. Demasiado simples, demadiado evidente, esta resposta. Em Roma, relata a correspondente do La Croix, alguns preferem olhar para o número baixo de crianças por uma falta de fé no futuro, uma crise de valores familiares.
Isabelle de Gaulmyn avança outras possíveis respostas para esta diferença entre França e Itália, a partir da tese de um investigador da Universidade Santa Croce, da Opus Dei, pouco suspeito de anticatolicismo. Uma das razões pode ser que, em Itália, a família continue muito ligada à Igreja: a família é um assunto da religião. E por este facto, não é [um assunto] do Estado, que se desinteressa. Ou seja, conclui a jornalista, há um paradoxo – é o peso ainda importante da Igreja na sociedade que trava a aplicação, em Itália, de uma verdadeira política familiar.