Ontem, 18 de Fevereiro de 2007, o presidente Mwai Kibaki inaugurou no centro de Nairobi uma estátua a Dedan Kimathi, um dos maiores expoentes da guerra de independência
Ontem, 18 de Fevereiro de 2007, o presidente Mwai Kibaki inaugurou no centro de Nairobi uma estátua a Dedan Kimathi, um dos maiores expoentes da guerra de independência

Em 1957, seis anos antes da independência do Quénia as autoridades coloniais inglesas enforcavam o general Kimathi, um dos maiores expoentes da insurreição Mau Mau e acérrimo lutador pela independência do país.
Pode parecer estranho que só agora, cinquenta anos depois da sua morte e 44 anos depois da realização do seu sonho independentista, se tenha conseguido, enfim, levantar um monumento à memória de tão insigne cidadão. E para mais ele não é de facto o único grande esquecido. Outros há que também foram chefes da insurreição Mau Mau e que ainda estão no semi-esquecimento nacional.
as causas de tão invulgar amnésia estão radicadas na classe política e, especialmente, no primeiro presidente Jomo Kenyatta, dado que a memória dos mortos poderia tirar algum lustro à grandeza e ao mérito dos vivos para os quais o culto da personalidade se sobrepunha ao dever de honrar os mártires da pátria. Foi um esquecimento imperdoável a que agora se põe termo.
O Quénia, como outros países de recente criação, precisa urgentemente de figuras insignes que ajudem a cimentar a coesão nacional. Dedan Kimathi é uma dessas figuras. Enforcado e sepultado à revelia, ainda hoje se não sabe exactamente onde jazem os seus restos mortais. agora que ele já não pode fazer sombra àqueles que não pagaram o preço máximo, bom é que tanto ele como tantos outros insignes independentistas encontrem um merecido lugar não só na história e nos corações dos cidadãos, mas também nas ruas e praças de Nairobi.