Islamista diz que deve haver liberdade de escolha no uso de véu. Em Inglaterra, rapariga de 12 anos contesta interdição de niqab
Islamista diz que deve haver liberdade de escolha no uso de véu. Em Inglaterra, rapariga de 12 anos contesta interdição de niqabImpor o hijab às mulheres marroquinas fará perdê-las valor, defende Saâd Eddine Othmani, secretário-geral do Partido Justiça e Desenvolvimento (PJD), um movimento político islamista moderado.
O hijab é uma peça de vestuário muito comum nas comunidades e países muçulmanos. Refere-se a diversos tipos de lenços que cobrem o cabelo e o pescoço. Não é um simples véu que cobre apenas a cabeça, deixando descoberto o rosto, sem a ostensividade da burqa (o corpo todo coberto, em alguns casos com os olhos escondidos por uma rede, como no afeganistão dos taliban) ou mesmo do niqab (que cobre a boca).
Para o dirigente islamista marroquino, o PJD não é partido da interdição, que obrigue as mulheres a vestir o hijab, diz em declarações ao jornal al Massae, citadas pela aFP. O seu uso, explica, deve emanar da fé dos indivíduos. Estas medidas perdem toda a importância se as impomos. E acrescentou: Devemos dar às pessoas a liberdade de escolher.
Entretanto, o pai de uma estudante de 12 anos está a contestar, junto do Supremo Tribunal de Londres, a proibição do uso do niqab pela sua escola em Buckinghamshire (nordeste da capital do Reino Unido). De acordo com o advogado da família muçulmana, esta interdição é irracional uma vez que três irmãs mais velhas da adolescente frequentaram a mesma escola e sempre usaram este véu que apenas deixa os olhos descobertos. Em compensação, o estabelecimento autoriza o porte de véus mais clássicos, que cubram os cabelos, orelhas e pescoço, mas deixando o rosto descoberto.
Em Marrocos, não há dados estatísticos que apresentem números sobre o uso do véu, que varia de acordo com os meios sociais, as regiões e os bairros. Em todo o caso, diz a aFP, o seu uso é muito notado nos meios simpatizantes e militantes islamistas. Nos últimos anos, o uso do hijab cresceu em países muçulmanos como a Síria, Líbano e o Kuwait.