No dia em que a Fundação para a Memória da Shoah anuncia novo presidente, iranianos dizem querer analisar a verdade
No dia em que a Fundação para a Memória da Shoah anuncia novo presidente, iranianos dizem querer analisar a verdadeO Irão prossegue a sua campanha hostil com o Holocausto, depois da realização de uma conferência negacionista em Teerão, no passado mês de Dezembro. O presidente da Fundação Internacional do Holocausto, uma organização patrocinada pelo Governo iraniano, veio agora exigir a países europeus os documentos sobre o Holocausto de judeus na Segunda Guerra Mundial, para realizar investigações sobre o tema.
Para Mohammad ali Ramin, a alemanha, Áustria e Polónia [devem] enviar os seus documentos sobre o massacre organizado de judeus durante a Segunda Guerra Mundial a um comité independente de verdade, de acordo com agência oficial Irna, citada pela aFP. Recorde-se que o presidente iraniano Mahmoud ahmadinejad, que colocou em causa, por várias vezes, a verdade ou os números do Holocausto, patrocinou em Dezembro uma conferência onde participaram muitos historiadores revisionistas e negacionistas e que foi condenada então pela comunidade internacional, do ex-secretário-geral das Nações Unidas, Kofi annan, ao Papa Bento XVI. Depois dessa conferência, ahmadinejad ordenou a criação desta fundação.
Entretanto, foi hoje anunciado que David de Rothshild foi eleito na segunda-feira presidente da Fundação para a Memória da Shoah, sucedendo no cargo a Simone Veil. O barão Rothschild, 64 anos, era até à data tesoureiro da fundação, que tem como objectivos centrais – como lembrou o novo presidente – ser fiel à memória e à história, ser participante no futuro e inscrever-se na perenidade dos valores do judaísmo.
David de Rothshild homenageou ainda Simone Veil pelo seu compromisso pessoal infatigável e a obra cumprida pela Fundação. O novo responsável disse ainda que Veil será, a partir de agora, presidente honorária da Fundação para a Memória da Shoah.